Desde sua abertura no final do ano passado, o Pinocchio Cucina mantém movimentada a esquina da alameda Tietê com a rua Augusta, no lado dos Jardins.
Com cardápio enxuto, que passeia pela Itália e pela França em receitas com apelo comercial, o restaurante combina bar e pizzaria, com massa chocha (ainda que agregue sedutores tostados) e opções como a carbonara. Em sua base, um pesado creme de queijos, bacon e ovos com gema mole e clara gelatinosa (R$ 75, individual).
Foi um acerto do chef e empresário Marcelo Mussi fazer dali uma alternativa para acolher os notívagos. A cozinha fecha meia-noite, mas a casa serve pizzas e drinques até 5h. Outrora à frente do sofisticado italiano Magari, no Itaim, no novo negócio Mussi realça um ambiente descontraído, à meia-luz, mas com atendimento trôpego. Minúsculo, esparrama-se pela calçada sem muito conforto, especialmente diante dos preços cobrados.
De um bar vistoso saem drinques a valores acima do mercado. Clássicos, como negroni, custam R$ 38.
Nos pratos, notam-se traços inventivos sem que sejam, porém, grandes ideias. É o caso do steak tartare, com carne bem temperada, cortada na ponta da faca (R$ 56, como entrada), sob um ovo com gema mole empanado em farinha de pão.
Ao ser rompido, lambuza o conjunto da obra, tornando-a ainda mais untuosa e com sabor enriquecido. Soa excessiva a emulsão de trufa, cujo aroma agressivo inibe os demais elementos.
Falta esmero para acertar o ponto do polvo. Os tentáculos ganham graça na companhia de aspargos firmes, minicenouras e tomates, com reforço de um purê sedoso, amanteigado (R$ 89).
Também peca no ponto o fettuccine com ragu de pato —este macio, mas com sabor a competir com o perfume bruto de azeite de trufa (de novo!) no qual é embalado.
Mussi anuncia para outubro a abertura de mais um negócio, o Gepeto Cucina, no Itaim. Já em obra, trará pratos como galinha d’angola e ossobuco.
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