Quem duvida da versatilidade da mandioca, capaz de tantos subprodutos diversos, pode tirar a prova num restaurante onde todos os pratos utilizam o ingrediente —que é também o nome da casa.
O Mandioca Cozinha é pequeno mas espaçoso, jeitoso sem chegar a ser caloroso mas que nos deixa à vontade. Durante a semana, até demais —cada cliente tem que buscar seu prato na janela da cozinha, seu suco ou café no balcão, pagar no caixa; somente nos fins de semana e feriados isso é feito por garçons.
Um incômodo que, dizem eles, ajuda a baratear os preços, efetivamente camaradas: o combo, por exemplo, custa R$ 38, com principal, entrada e sobremesa. É bem servido e bom (fora do combo, o prato sai por R$ 29,90).
A chef Madu Melo, pernambucana, se sai bem no jogo de impregnar mandioca nas receitas de diferentes regiões. O que se sobressai é que boa parte delas é de uma cozinha suculenta, de longos cozimentos, onde manda a panela mais do que a chapa.
Exemplos: entradas como a moela de galinha com pão de polvilho e muito molho
(R$ 18); e o ensopado de carne de sol e mandioca em caldo aromático (R$ 15), sem falar no tacacá amazônico —caldo de tucupi com jambu, goma de mandioca (em excesso), camarão seco e pimentas-de-cheiro (R$ 15).
Na mesma linha suculenta vem a galinhada com elegante toque de pequi, castanha-de-baru, angu de mandioca e quiabo chapeado (R$ 36); o bobó vegano de castanha-de-caju com farofa de dendê (R$ 32); e o ensopado de carnes bovina e suína com legumes, pirão de carne e arroz branco (R$ 38). Angus e pirões vêm no fundo do prato sob o arroz —são tão nobres que mereceriam vir à parte.
Com menos molho há o nhoque de mandioca com legumes e queijo de cabra (R$ 35) e, aos finais de semana, o cabrito grelhado com manteiga de garrafa, queijo de coalho, macaxeira cozida, feijão-de-corda. Mais sertanejo impossível (R$ 48).
Na sobremesa, o cremoso pudim de mandioca com calda de cumaru e crocante de castanha-do-pará (R$ 12) fecha uma refeição ricamente brasileira.
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