Veja os destaques dirigidos por mulheres na Mostra de Cinema

Um dos assuntos recorrentes no mundo do cinema nos últimos anos tem sido a representatividade das mulheres nessa indústria. Não apenas em personagens e em atuações protagonizadas por mulheres, mas também em trabalhos realizados por roteiristas, diretoras e produtoras.

Infelizmente, o número de mulheres no comando de filmes ainda é pequeno se comparado ao domínio masculino nessa arte. Mas manter o assunto em voga, além de diminuir gradativamente a disparidade entre gêneros, faz com que o público se acostume a acompanhar mais trabalhos realizados por mulheres, que não devem em nada em qualidade ao que os homens fazem no cinema.

Nesse ano, a 39ª Mostra exibe mais de 300 filmes em sua programação até o dia 4 de novembro. Desses, 58 são dirigidos ou codirigidos por mulheres, muitas delas brasileiras, como Marina Person, que lança seu primeiro longa de ficção, "Califórnia", Sandra Kogut, com "Campo Grande", Petra Costa e Lea Glob, com "Olmo e a Gaivota", e Lucia Murat, com "Em Três Atos", entre outras.



Confira abaixo uma seleção com dez longas dirigidos por mulheres:

"Olmo e a Gaivota", de Petra Costa e Lea Glob
Olmo e a Gaivota é uma travessia pelo labirinto da mente de Olivia, atriz que se prepara para encenar A Gaivota, de Tchekov. Quando a peça começa a tomar forma o que parecia ser encenação revela-se como a própria vida. Ou seria o inverso?


"Coração de Cachorro", de Laurie Anderson
Centrado na cachorra Lolabelle, que morreu em 2011 e era muito querida pela diretora, o filme é um ensaio pessoal que combina lembranças de infância, diários em vídeo, reflexões sobre dados, cultura de vigilância e a visão budista sobre a morte, além de tributos a artistas, escritores, músicos e pensadores. Numa espécie de colagem visual, o filme examina como histórias são construídas e contadas -e como as usamos para dar sentido às nossas vidas.


"Flocking", de Beata Gårdeler
Uma pequena comunidade sueca parece idílica, mas apenas na superfície. Quando Jennifer, de 14 anos, afirma ter sido estuprada pelo colega de classe Alexander, tudo muda. O rumor se espalha rapidamente e cada vez mais gente acredita que Jennifer está mentindo. É o início de um caso de perseguição de uma comunidade contra uma garota e sua família. Provas ou decisões da Justiça não significam nada em um lugar onde as pessoas estabelecem as próprias leis e regras. O mais importante é permanecer com o grupo.


"Futuro Junho", de Maria Augusta Ramos
Um retrato de São Paulo a partir da vida de quatro de seus habitantes: um economista e analista do mercado financeiro, um metalúrgico da Volkswagen, um motoboy e um metroviário. Cada personagem destaca um aspecto da economia em um período de tensão social: as três semanas que antecedem a abertura dos jogos da Copa do Mundo de futebol. A diretora constrói o filme a partir da observação do cotidiano dos personagens, sem utilizar entrevistas ou comentários. Futuro Junho busca refletir sobre esse momento histórico e sobre a forma como o atual modelo econômico determina as relações sociais e humanas.


"Vovó Está Dançando na Mesa", de Hanna Sköld
Eini tem 13 anos e vive isolada da sociedade em uma cabana na floresta junto com seu pai controlador e abusivo. Histórias sobre a sua avó, além de sua própria imaginação, permitem que a garota crie um mundo interior e encontre força para sobreviver.


"Homesick", de Anne Sewitsky
Quando Charlotte, 27, vê o meio-irmão Henrik, 35, pela primeira vez na vida adulta, este se torna um encontro sem limites entre duas pessoas que não sabem o que é uma família normal. Como um amor fraternal se manifesta se você nunca o experimentou antes?


"Mate-me por Favor", de Anita Rocha da Silveira
Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Uma onda de assassinatos invade o bairro. O que começa como uma curiosidade mórbida se apodera cada vez mais da vida dos jovens habitantes. Entre eles, Bia, uma garota de 15 anos. Após um encontro com a morte, ela fará de tudo para ter a certeza de que está viva.


"Pervert Park", de Frida Barkfors e Lasse Barkfors
A Flórida Justice Transitions abriga 120 condenados por crimes sexuais. Como em muitos Estados americanos, na Flórida essas pessoas não podem viver próximas de lugares frequentados por crianças. Por causa disso, muitos vivem em pontes ou florestas -ou na comunidade retratada por este documentário, conhecida também como "Pervert Park".


"Ralé", de Helena Ignez
Ralé é um filme dentro de um filme. Jovens diretores, adolescentes prodígios, estão filmando "A Exibicionista" em meio a uma fazenda numa região paradisíaca. Barão vive nesse local, onde irá celebrar seu casamento com o dançarino Marcelo. A obra investiga a alma brasileira, colocando a Amazônia como epicentro do mundo, refletindo a respeito de questões existenciais, legitimando o direito à liberdade e individualidade sexual. Filme filosófico e musical, livremente inspirado na peça teatral Ralé, de Máximo Gorki.


"Sabor da Vida", de Naomi Kawase
Sentaro administra uma pequena padaria que serve dorayakis -panquecas recheadas com pasta de feijão azuki. Quando Tokue, uma velha senhora, se oferece para ajudá-lo na cozinha, ele aceita com relutância. Mas Tokue mostra ter mãos mágicas para fazer o doce. Graças à sua receita secreta, o pequeno negócio em breve floresce e, com o tempo, Sentaro e Tokue vão abrir seus corações para revelar mágoas antigas.

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