Descrição de chapéu LGBTQIA+
Bares e noite

The Week, balada que fez a noite gay de SP ficar mais sem vergonha, fecha as portas

Espaço foi vendido para uma construtora, mas unidade no Rio de Janeiro continuará existindo

São Paulo

Esta quinta-feira (19) marca o fim de um dos marcos da noite gay paulistana. A tradicional boate The Week anunciou nas redes sociais o fim das atividades de sua casa em São Paulo. Inaugurada em setembro de 2004 na Lapa, na zona oeste da cidade, o clube sofria desde o ano passado com a crise provocada no setor pela pandemia de Covid-19 e teve seu espaço vendido para uma construtora.

"Honramos todos nossos compromissos até chegarmos ao inevitável: a venda de nosso espaço físico em São Paulo para uma construtora, impossibilitando a continuidade nesta retomada dos eventos", afirmou a nota do grupo divulgada nas redes sociais.

A The Week marcou a noite gay de São Paulo com um espaço que tinha mais de 3.000 metros quadrados e recebia mais de 2.500 pessoas por noite —todas amontoadas pelas pistas, andares e até pela piscina que existia no espaço. Certamente a balada detinha o título de lugar com mais pessoas sem camisa por metro quadrado de São Paulo.

Um dos destinos preferidos do público LGBTQIA+ que queria exibir o corpo e os músculos, o local fervia principalmente aos sábados, dia da festa "Babylon", nome inspirado na boate homônima da série "Os Assumidos", e foi um dos responsáveis pela noite gay paulistana ficar mais sem vergonha.

Embora não tenha revolucionado a noite LGBTQIA+ como o Madame Satã ou A Lôca, a The Week, fundada por André Almada, atraía famosos, era conhecida pelas filas que dobravam quarteirão, pelas festas com produções espalhafatosas e por ter inspirado outras boates que surgiram e sumiram, caso da G Club, da Lust e da Freak Club, por exemplo.

O fim da matriz paulistana deixa agora apenas a unidade na Lapa carioca. "Nossa unidade do Rio de Janeiro estará pronta para abrir assim que as autoridades competentes nos autorizem a operar", destaca a publicação.

No fim do ano passado, Almada já havia afirmado nas redes sociais que as casas noturnas necessitavam de um plano de volta, com ou sem vacina, "caso contrário sucumbiremos".

“Estamos fechados há 15 meses e todos os esforços estão sendo feitos para a retomada segura. Assim como a The Week, milhares de estabelecimentos estão passando pelas mesmas dificuldades. Entendo que não é uma uma questão de competitividade ou vaidade, e sim de sobrevivência", disse a este jornal em maio deste ano.

Incapazes de funcionarem desde março do ano passado, muitos espaços ligados à vida noturna fecharam em São Paulo. As baladas da cidade que ainda restam passaram a buscar alternativas, como oferecer refeições e colocar mesas na pista, onde o público deve ficar sentado.

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