Críticos da Folha indicam receitas em restaurantes de até uma estrela


Au Vin Cave à Manger
De inspiração francesa, a cozinha tem mansa sofisticação gastronômica. O cardápio muda a cada dia, às vezes ao longo da própria noite. "Os legumes do chef Patrick Bragato são servidos como entrada e também prato principal -cheios de inventividade e personalidade", diz Josimar Melo. Ele acrescenta: "Escolhidos entre produtores orgânicos, não fazem feio diante de seus pratos de peixe e carne".

R. Diogo Jácome, 475, lj. B, Vila Nova Conceição, tel. 4561-2896.

Jiquitaia
Ingredientes e combinações clássicos da cozinha brasileira pontuam os pratos do Jiquitaia, em menus completos e a preços fixos. Um dos carros-chefes, o pato no tucupi é a indicação de Josimar Melo: "É uma versão ligeiramente modernizada do famoso prato paraense: aqui, o peito da ave (malpassado, como se deve) acompanha um arroz de pato elevado às alturas com o tucupi". Já a crítica Luiza Fecarotta dá recomendação à sobremesa da casa: "a gente comemora quando o simples é tão bem feito. Marcelo Corrêa Bastos nos acolhe com um final felicíssimo: brigadeiro com farofa de pé de moleque".

R. Antônio Carlos, 268, Consolação, tel. 3262-2366.

Mocotó
A cozinha nordestina de Rodrigo Oliveira é das mais concorridas da cidade. Neste clássico da zona norte, Josimar Melo recomenda o joelho de porco braseado com cuscuz de milho e jerimum assado. "Joelho de porco, sabemos, não é para amadores; há que amar o conjunto. Aqui, até as peles são sedutoras, e nem precisa falar da carne, que se desfaz e se embebeda num caldo do lento cozimento", diz. "Sim, deveríamos citar o cuscuz e a abóbora; mas nem precisa."
Av. Nsa. Sra. do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, tel. 2951-3056.

Nino Cucina
Neste restaurante de acento italiano, Luiza Fecarotta indica uma entrada: a carne cruda. "Que surpreendente é essa leitura de um steak tartare na qual Rodolfo de Santis combina cevada com pedaços de carne crua, boas para afundar os dentes", diz ela. Na sequência, é possível provar clássicos da Itália, caso do espaguete à carbonara, elaborado com ovo caipira e queijo pecorino.

R. Jerônimo da Veiga, 30, Jardim Europa, tel. 3368-6863.

Oui
No bistrô do chef Caio Ottoboni também são contempladas algumas interferências da cozinha brasileira. Aqui, o crítico Josimar Melo recomenda a barriga de porco com canjica e limão-cravo. "No cardápio, que muda sempre, o prato pode estar nomeado como pancetta. E, no lugar da canjica, podem surgir outros casamentos -com berinjela, por exemplo. Mas o resultado sempre será um um balanço tranquilo entre a carne, naturalmente gordurosa e os vegetais que a escolta."

R. Vupabussu, 71, Pinheiros, tel. 3360-4491.

Tasca da Esquina
O restaurante do português Vitor Sobral é filial do endereço homônimo que o chef mantém em Lisboa -este, sim, numa esquina. Aqui, Luiza Fecarotta indica o hambúrguer de alheira, que chega à mesa em companhia de batatas fritas. "Pensa comigo: um hambúrguer de pernil de porco preto e alheira acomodado sobre creme de queijo da serra da Estrela e sob um ovo frito de gema mole; que barbaridade." O menu apresenta outras receitas tradicionais lusitanas, caso do bacalhau à brás, com lascas do peixe salgado, ovo, azeitona, salsinha e batata palha.

Al. Itu, 225, Jardim Paulista, tel. 3262-0033.

Tenda do Nilo
Comandada pelas irmãs Olinda e Xmune Isper, esta minúscula casa no bairro do Paraíso chama a atenção pela hospitalidade e pela boa comida. Além de clássicos da cozinha árabe, como o quibe e o faláfel, pratos menos difundidos por aqui também marcam presença no menu. Ali, Luiza Fecarotta indica o fatte. "Nacos de músculo lambuzados em uma coalhada fresca muito bem temperada, com alho (inclusive torrado) e castanha-de-caju frita na manteiga", descreve ela. Completam a receita grão-de-bico e pedacinhos de pão árabe torrado.

R. Cel. Oscar Porto, 638, Paraíso, região sul, tel. 3885-0460.

Tordesilhas
Estudiosa da culinária brasileira, a chef Mara Salles reproduz em sua casa um pouco de cada canto do Brasil. Do Pará, por exemplo, ela serve o tacacá -caldo feito com tucupi, um líquido amarelo obtido da mandioca brava, e jambu, erva que causa dormência na boca. Já a sugestão de Luiza Fecarotta vem do Paraná: barreado, um guisado de carne bovina típico do Estado, que é cozido por 12 horas e, no Tordesilhas, é servido com farinha de mandioca e banana-da-terra. "Ai, aquela carne macia servida fumegante depois de passar por um ritualístico cozimento lento e primitivo, em panela de barro lacrada com farinha de mandioca, que maravilha", diz ela. Esta é a única receita do menu da qual o cliente pode solicitar repeteco sem qualquer cobrança extra.

Al. Tietê, 489, Cerqueira César, tel. 3107-7444.

Tre Bicchieri
A casa é comandada pelo chef Rodrigo Queiroz, cujas receitas são inspiradas na tradição italiana. Para abrir o apetite, o cardápio reúne sugestões como o polvo fatiado, escoltado por feijão-branco e folhas verdes. Na etapa principal, há massas frescas feitas na casa, a exemplo do agnellotti de pecorino com creme de alcachofra, carne suína curada e ovas. Aqui, a dica de Josimar Melo é uma sobremesa clássica. "Depois de tantas recomendações de sabor brasileiro, eis uma homenagem aos italianos, parte do sangue da cidade. Mas a oferta de tiramisù é tamanha que fica difícil saber qual poderia competir com o do Fasano. A do Tre Bicchieri -que equilibra doce, amargo e cremosidade driblando o apelo enjoativo do creme- merece a menção", diz ele.

R. Gen. Mena Barreto, 765, Jardim Paulista, tel. 3885-4004.

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