Japonês de 75 anos comanda boa casa para adoradores de sushis

Takashi Okuno é um apreciador da tradicional cozinha japonesa e a menos de um ano abriu o Kenzo Sushi na Liberdade

São Paulo

Kenzo Sushi

O japonês Takashi Okuno, 75, de Osaka, veio para o Brasil de navio, depois de participar de um campeonato de beisebol e se encantar com o país. Para além de ex-jogador, Okuno é um apreciador da tradicional cozinha japonesa, já foi pescador por lazer e nunca considerou ter um restaurante. Pois há menos de um ano abriu o Kenzo, nome de seu neto único, ao lado de duas de suas filhas.
 
Boa surpresa para os adoradores de sushi. A casa vem preencher certo vazio dessa oferta na Liberdade. No bairro, que historicamente concentra imigrantes orientais e já foi referência de bons sushis, hoje fazem mais cena os izakayas, os lamens, os chineses, quiçá.
 
Eis que nessa casa de poucos lugares (vale o imperativo sente-se no balcão?), come-se bons peixes e bons sushis. O arroz do niguiri sobre o qual são acomodados peixes comprados todo dia, para que não sejam estocados no restaurante, é acima da média. Grãos íntegros, firmes, glutinosos, úmidos e ligeiramente mornos e adocicados. 
 
Tem bom custo-benefício o omakase, a sequência de sushis servidos em bom ritmo, um a um, com as escolhas do sushiman. Quem está à frente, aliás, é Amaro Hiromitsu, com passagens por Jun Sakamoto, pelo saudoso Miyabi e com experiências no Japão.
 
Podem surgir, por um valor fechado de R$ 180, preciosidades como o atum bluefin, cuja barriga concentra uma carne rosada e gorda, ovas de bacalhau, ouriço, vieiras carnudas, barbatana de linguado com aromático e fresco toque de yuzu, fruta cítrica asiática.
 
Paga-se R$ 50 para combinados do almoço executivo, muito bem tratados, com peixes que fogem da dupla de sempre salmão-atum. Pode 
haver pargo, buri, carapau em cortes espessos e precisos, também servidos à la carte em combinados.
 
Duas sugestões, caso sejam do vosso interesse. 1) Evite o andar de cima —ali não há o encanto do térreo. 2) Concentre-se nos sushis —há poucas alternativas quentes, mas são secundárias.

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