O novo Solo, em Pinheiros, tem um formato bem pé no chão, atento à tendência da cidade de gerar lugares mais acessíveis, com receitas despretensiosas de sabores familiares.
São pratos servidos sem economia, robustos, com preços abaixo da média e olhar atento dos donos um fica no salão e coordena um atendimento extremamente gentil; outro, na cozinha.
Danilo Gozetto, o chef, veio do interior (notam-se, pois, alguns sinais de caipirismo no cardápio, como o porco e o milho) e, aqui, passou por casas como o italiano Così e o Ici Brasserie.
No Solo, vai bem a coxinha de pato (R$ 24 a porção). A massa tem boa dose de batata e o recheio é saboroso, úmido e bem temperado, mas falta equilíbrio na proporção, muita massa para pouco pato.
A barriga de porco, com bela parcela de carne e uma gostosa crosta (croc-croc), chega na companhia de milho flocado hidratado com caldo de legumes e uma tantada de manteiga, que dá gostosa cremosidade mas a cozinha errou a mão no sal, exagerou. A couve queimada que o cardápio anuncia não tem nada de defumado, mas é uma delícia, passada na chapa (R$ 38).
De interior rosado e suculento, o bife ancho divide espaço com um purê de batata robusto (tem até uns pedaços de batata inteiriços, para morder) e alho assado (R$ 54).
O linguine tem ponto surpreendente, al dente para valer, coisa rara. É embalado por um delicado creme de cogumelos, suave e sem excessos (R$ 38).
Atenção ao pavê da mãe, de sobremesa: o suposto marketing é vida real.
A receita é da mãe do chef e o doce é bem doce intercala camadas de bolacha com creme à base de creme de leite e manteiga e doce de leite (R$ 14).
Avaliação: bom
R. Simão Álvares, 484, Pinheiros, tel. 2738-9146. 40 lugares. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sáb.: 13h às 17h e 19h às 23h. Dom.: 13h às 17h.
04h00
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