Descrição de chapéu skate surfe
Bares e noite

Bares com pistas de skate e shows ao vivo ganham força em São Paulo

Casas oferecem aulas do esporte, sediam competições e servem comes e bebes para o público

Pista da LayBack Park, em Pinheiros, que tem parque gastronômico, aulas de skate e estúdio de tatuagem

Pista da LayBack Park, em Pinheiros, que tem parque gastronômico, aulas de skate e estúdio de tatuagem Micke Velozo/Divulgação

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São Paulo

À tarde, aulas, treinos e voltas descompromissadas de pessoas de todas as idades nas pistas de skate. À noite, tudo isso somado a um barzinho com cerveja e drinques gelados, quitutes e, para completar, música ao vivo tocada por bandas ou DJs.

Esse é o cenário de ao menos três casas paulistanas. Em comum, além da união entre a gastronomia e o esporte, está um começo despretensioso que virou coisa séria —um pouco como a própria história do skate, que, após décadas de existência nas ruas, finalmente chegou às Olimpíadas em 2021.

Primeiro veio a Bowlhouse, na Vila Mariana, que completa uma década neste ano. A casa servia como sede de uma revista de surfe e, com o fim do negócio, acabou ficando com um dos antigos sócios, que logo construiu um "bowl" —pista de skate cujo formato lembra uma tigela— e tratou de rechear uma geladeira com cervejas.

Na época, a intenção já era comercial, mas modesta. O espaço, no entanto, começou a crescer com o aumento do público, que ocupava a pista e comparecia às festas, e os donos do negócio acabaram montando um bar de verdade e reformando a estrutura dedicada à prática do esporte. Atualmente, a casa recebe pessoas de 3 a mais de 60 anos nas aulas de skate, além de servir hambúrgueres e drinques.

Um pouco distante dali, no Butantã, nasceu em 2014 outro espaço que inicialmente seria dedicado aos rolês do skatista Leandro Miranda e de seus amigos, mas virou assunto olímpico e point gastronômico.

As pistas do Cavepool Skatepark foram o local de treinamento do primeiro brasileiro a se classificar na modalidade skate park em Tóquio, Luiz Francisco, o Luizinho, que há alguns anos acabou se mudando para São Paulo junto com a seu irmão, justamente para serem treinados por Miranda. Depois vieram outros meninos e, com o tempo, o espaço se tornou um "movimento cultural", como classifica o dono da casa, que hoje assiste 18 skatistas, entre 10 e 23 anos.

"Começou com o Luizinho e o irmão dele, mas depois outros meninos vieram treinar. Hoje a gente já tem um alojamento atrás da Cave, onde eles dormem, comem. A pista é o quintal deles", explica o dono.

O projeto ainda tem aulas como as de skate e grafite, além de oficinas de música e discotecagem no estúdio criado dentro da casa —uma forma de incorporar os skatistas em outras atividades que fazem parte do mesmo universo e de trazer mais pessoas para a iniciativa. O funcionamento do bar e alguns patrocínios seguram financeiramente a iniciativa, mas Miranda ainda pretende fechar mais parcerias para deixar o negócio sustentável.

No bar da Cavepool, com vista para a grande pista, são servidos os sanduíches criados no começo da empreitada, em uma pequena churrasqueira, além de poke e cervejas. Artistas e DJs tocam regularmente enquanto skatistas deslizam para lá e para cá. Já se apresentaram no local nomes como Black Alien, Planta e Raiz, Negra Li e Edi Rock, por exemplo.

Também na zona oeste, desta vez em Pinheiros, a LayBack Park desembarcou na capital paulista em 2019, um ano após ser criada em Florianópolis. Em Santa Catarina, a marca começou apenas como o nome de uma cerveja artesanal criada pelo skatista Pedro Barros e seu pai, André —parte do lucro das vendas era usado para construir pistas pelo Brasil.

Por aqui, o espaço seguiu a fórmula que hoje já existe em 16 unidades no país. Há um pátio gastronômico onde se vende hambúrgueres, poke, comida mexicana, hot dog e açaí, além de cervejas e drinques caprichados. Uma loja de skate e um estúdio de tatuagem completam o complexo, que também sedia apresentações musicais e competições nacionais.

"O skate está numa crescente de novo, principalmente por causa das Olimpíadas, então muitos pais que são skatistas vêm com os filhos, vão tomar um chope, enquanto eles fazem aula, comem alguma coisa. A nossa ideia é ser um local plural, aberto, que não recebe só skatistas, mas também famílias completas", diz Celso Feijó, diretor de marketing da marca.

Bowlhouse
R. Morgado de Mateus, 652, Vila Mariana, tel.: (11) 99980-6996. Informações e agendamentos p/ Instagram: @bowlhousesk8

Cavepool Skateboards
Av. Eliseu de Almeida, 984, Butantã. Informações e agendamentos p/ Instagram: @cavepool

LayBack Park
​R. Padre Carvalho, 696, Pinheiros. Informações e agendamentos p/ Instagram: @bpark_sp

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