As pessoas caminham em uma fila, uma atrás da outra, prestes a entrar em um ambiente totalmente escuro. Lá, elas vão fazer o que normalmente requer boa iluminação ou, no mínimo, luz de velas: jantar. A experiência é oferecida em uma nova casa em São Paulo, o Espaço Dive (mergulho, em inglês).
A refeição é servida por garçons com deficiência visual. Os clientes não usam vendas. Eles comem tudo no escuro mesmo —couvert, entrada, prato principal e sobremesa. Suco ou vinho acompanham os pratos preparados pelo chef Adilson Garcia.
É preciso tatear a mesa ao chegar, para localizar os talheres, pratos e copos. Tudo com cuidado para não derramar nada na roupa. Como precaução, o estabelecimento disponibiliza para cada visitante um avental.
Após ter certeza de que a comida acabou, é só empurrar o prato para frente e aguardar o próximo. As mesas não estão dispostas de maneira convencional, como em um restaurante, mas de uma forma estratégica para facilitar o atendimento dos garçons.
Enquanto come, o público ouve música ao vivo, com repertório nacional e internacional. Quem canta são os mesmos funcionários que servem a comida.
A experiência custa a partir de R$ 315. O próximo jantar será realizado nesta sexta-feira (2), mas já está com ingressos esgotados.
No dia 10 de junho, a casa vai inaugurar o Boteco Cego, com petiscos tradicionais de várias regiões do Brasil, além de diferentes tipos de cerveja e samba para criar o clima de bar.
Os encontros são coordenados pela empresa C3 Projetos Culturais, que, além desses dois eventos, também promove o Teatro Cego, no qual a peça é encenada no escuro total e o público precisa aguçar seus outros sentidos, como olfato e audição, para entender o que está acontecendo.
Essas iniciativas, que antes ocorriam esporadicamente e sem lugar definitivo, agora terão o Espaço Dive como endereço fixo. A casa receberá quinzenalmente as experiências, de modo alternado. As entradas devem ser compradas com ao menos dois dias de antecedência na plataforma Sympla.
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