A sororoca é um peixe de nome curioso, pescado em água salgada e que tem um sabor delicado e agradável. Foi escolhido para dar nome a um restaurante de três chefs aclamados que queriam ter uma casa para valorizar o frescor dos frutos do mar, aproveitados de forma integral. Um ano depois de sua inauguração, em Pinheiros, a casa se consolidou como um dos melhores endereços para se comer pescados na cidade.
Os peixes na brasa são a atração principal. No dia da visita havia opção de sororoca (R$ 110), carapau (R$ 98), xaréu (R$ 110) e filhote (R$ 175). Todos servidos em peças grandes, de 400 gramas. De acompanhamento, há opções como cogumelos grelhados (R$ 55), pirão de peixe (R$ 24) e cuscuz de farinha d’água (R$ 28).
É um peixe de rio que mais brilha na casa de Gustavo Rodrigues, Marcelo Corrêa Bastos e Thiago Castanho. O filhote, peixe amazônico de carne firme e sabor marcante —e dificilmente encontrado fora de Belém—, é preparado na brasa e rouba a cena, se mostrando o verdadeiro protagonista do Sororoca.
Seu preparo é caprichado. É servido em um pedaço corpulento temperado com sal grosso e grelhado na churrasqueira até ficar com uma crosta levemente queimada e o interior macio e suculento, em uma combinação de texturas heterogêneas e interessantes. É finalizado com uma porção generosa de manteiga com tucupi, que faz o prato arrebatar ainda mais. Combina muito bem com o arroz de tomate (R$ 45), normalmente servido como entrada. Quase um risoto, é cremoso, encorpado e cheio de umami.
O problema é que este peixe protagonista nem sempre está lá. Mesmo que cheguem dezenas de quilos de filhote, todo o estoque se acaba rapidamente. Vale prestar atenção às redes sociais do restaurante, ou entrar em contato antes de ir.
Depois de uma refeição com sabores cheios de complexidade, a sobremesa pode decepcionar um pouco. O pavê de cupuaçu é servido domado demais, pouco doce e com pouco sabor da fruta, sem a ousadia e precisão dos pratos salgados e sem se destacar.
23h00
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