Sessão de 'O Circo' no Ibirapuera celebra cem anos de Carlitos

O circo não é um lugar qualquer, sabe-se. É o império da fantasia, onde tudo pode acontecer: a magia, o riso, a acrobacia —até o desastre. Adicione-se a ele Carlitos, o vagabundo, e temos "O Circo", a formidável obra-prima chapliniana de 1928.

Ser exibido ao ar livre no parque Ibirapuera —neste sábado (1º), às 20h— será, digamos, um duplo triunfo para o filme e dupla alegria para os espectadores. Pois Carlitos se afirma por sua liberdade diante das coisas do mundo. Sua vagabundagem é, provavelmente, a expressão mais perfeita que já se encontrou para significar o descompromisso diante das convenções, das obrigações —de tudo, enfim, que nos constrange na vida.


Mil novecentos e vinte e oito, eu disse: um século menos 14 anos é a idade deste filme cada vez mais novo. Novíssimo, porque agora existe num mundo cada vez mais vigiado. Embora aqui Carlitos só tenha de fugir dos guardas no começo do longa (será que Orson Welles não lembrou da sequência na casa de espelhos, sublime, ao filmar

"A Dama de Shanghai"?), basta para mostrar o quanto era livre o mundo nos idos do cinema mudo se comparado a um presente em que tudo nos espia, vigia e controla.

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