Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

Com menu vegano, Purana quer reaproximar boa comida e saúde

Casa tem cozinha comandada por Alana Rox, apresentadora do GNT e autora de Diário de uma Vegana

São Paulo

Purana

Recém-aberto em Pinheiros, o Purana busca restabelecer o lastro entre comida e saúde, perdido nos tempos modernos, e nos reaproximar do alimento como cura.

Enxuto e substancioso, o cardápio é assinado por Alana Rox, apresentadora do GNT e autora de “Diário de uma Vegana”. Ela toma emprestado de seu livro o mesmo eixo —receitas simples, à base de plantas; ingredientes comuns— e propõe uma dieta sem derivados de origem animal, capaz de atrair um público fora do gueto.

Ainda que o menu sugira alguma referência às bulas de remédio, com descrição de benefícios e vocabulário distante do repertório comum, a comida que chega à mesa dá prazer. Combina apresentação bonita, sabor, cor e contraste de textura.

É uma alegria observar —e depois abocanhar— a barca de pupunha, simplíssima. O palmito é cortado ao meio e, deliciosamente besuntado com manteiga de macadâmia e enriquecido com ervas, vai ao forno até dourar (R$ 26).

Dá forma à massa de tortinhas uma mistura bem-sucedida de abóbora-cabotiá assada, farinha de amêndoas, grão-de-bico, azeite e especiarias. Resulta nutritiva e saborosa.

Sai-se particularmente bem a recheada de queijo de painço, um cereal, com castanha-de-caju e tomatinhos no forno (R$ 27 ou R$ 32 com salada). Falta punch à de guacamole, porém, que também umedece a massa e prejudica sua consistência (R$ 21) —mais picância e coentro lhe fariam bem.

As duas saladas, servidas com fartura em tigelas, satisfazem. A Bali traz grãos, semente de girassol, folhas verdes escuras refogadas, tomate-cereja, repolho-roxo (que dá crocância), abóbora-cabotiá, cogumelos e tofu —este temperado com páprica e azeite, vai ao forno até que crie uma atraente crostinha dourada (R$ 35). São elementos combinados com equilíbrio e bem temperados com pasta de gergelim triturado.

Diante do padrão alimentar atual, que pressupõe menos diversidade e crescente consumo de produtos processados, iniciativas como a de Alana Rox, que enxerga a comida como “agente transformador”, podem ser bons gatilhos para reaproximar comida e saúde, com prazer, como nos tempos de outrora.

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