Mesmo sem ter grande tradição no Brasil, a cozinha grega de vez em quando encontra um restaurante que pega, ainda sem ter aquele delicioso apelo popular (das exuberantes vitrines de frutos do mar na entrada, das irresistíveis pernas de cordeiro assando).
O Mytho Restobar, por exemplo, aposta em outra direção. No lugar de cantina ruidosa, é um amplo e confortável espaço na Vila Nova Conceição, aberto no final do ano passado. E tem novidades na cozinha também, onde o chef Bruno Peralta (ex-Serafina) introduz um toque pessoal aos pratos típicos.
Às vezes dá muito certo. Os amantes da mussaca, por exemplo, não têm do que reclamar da sua cremosa versão do prato, que além das camadas de carne moída e da berinjela, é feita com creme de queijo de cabra e palha de batata-doce (R$ 55).
Também devem agradar os anéis de lula empanados, macios e bem crocantes, servidos com tzatziki (molho de iogurte com pepino e alho, R$ 59); ou os sabores acentuados e no ponto correto do "risoto" de fregola (uma massa de formato pequeno) com frutos do mar (camarão, lula, polvo e mexilhão, R$ 89).
Outra entrada interessante é a espanacopita, uma versão da torta de espinafre e queijo feta em forma de pasteizinhos assados com tzatziki (R$ 43).
Mas alguns do pratos saem dos trilhos. Um dos mais aclamados (e caros) da casa, o polvo braseado é macio e saboroso, mas compõe um show de desacertos: além da feia apresentação, vem acompanhado de uma avalanche de carboidratos lutando entre si --um "mil-folhas" de batata todo desmilinguido, mais batata-doce em chips carbonizados e uma farofinha seca para completar (R$ 139).
Quem prefere carne, poderia esperar um pouco mais de leveza no acompanhamento do medalhão ao talharim com molho Mytho (creme de leite, limão, sálvia e azeitonas kalamata, R$ 85). Depois dele, vale e pena socorrer-se com uma sobremesa leve como o iogurte grego com frutas e mel (R$ 23).
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