Não é casualidade o nome do restaurante Otel, aberto na região dos Jardins, onde foi o Tête à Tête. Ele tem mesmo um ar cosmopolita, com uma mescla de bar e restaurante que lembra o burburinho de um lobby de hotel.
Tem ainda no andar superior um bar mais reservado; e, nos fundos, sem que se aviste o salão, um “jardim secreto” arborizado.
Os sócios vêm de experiências diversas —a criadora da rede Tostex, um ex-sócio do Pobre Juan e um ex-gerente do Spot—, resultando em diferentes influências.
O cardápio, com a consultoria da chef Lelena César, é multifacetado. Num ambiente neutro (elegante na medida, e contemporâneo pela cozinha envidraçada), a comida expõe vários matizes, com algum toque autoral.
Quer sotaque mexicano? Tente o tartar de salmão com guacamole picante e tortilhas de milho (R$ 34). Prefere o Peru? Peça o ceviche de peixe com cebola roxa, gengibre, coentro, batata-doce, milho crocante e coco (R$ 36).
A melhor entrada vem da Índia: a porção de samosa (delicado pastel assado com recheio leve de batata-doce, alho-poró e cogumelos, e refrescante molho de iogurte e hortelã; R$ 24).
Não é, portanto, o padrão anódino de comida de hotel, embora ela esteja lá —penne com ragu de linguiça, erva-doce e rúcula; ou com tomate, mozarela de búfala, azeitonas e manjericão (R$ 42). E filé (ou entrecôte —R$ 44 ou R$ 66) com os molhos —adivinhe— maître d’hotel (manteiga, salsa, alho e limão), ou de mostarda, ou pimenta.
Do Brasil —regional, ou trivial— há bolinho de bacalhau (seis, R$ 28); pasteis de bobó de camarão (seis, R$ 31); peixe com vinagrete de pupunha (R$ 42; arroz de brócolis, R$ 18, pode acompanhar); às quintas, serve estrogonofe russo (filé, páprica, mostarda de Dijon, creme de leite fresco), que deveria ser mais picante (R$ 42). Entre as sobremesa, uma provocativa e harmoniosa: rabanada com recheio de goiabada e sorvete de requeijão (R$ 22).
Num almoço faltou sal a todos os pratos (não só na nossa mesa —as vizinhas também pediam saleiro), grave escorregão.
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