Entre os nacionais não é possível definir um padrão. O mais notável, no entanto, é que poucos nomes se repetem de uma Mostra para a outra, o que possibilita a descoberta de novos realizadores e a revisitação de outros conhecidos.
- Produções latinas fazem duro retrato do cotidiano
- Mesmo com seleção pobre, curtas portugueses representam o país
- Obra de Coutinho se desenvolveu em quatro grandes fases
Na parte dos reencontros está Júlio Bressane ("Matou a Família e Foi ao Cinema"), com "Educação Sentimental", que se apoia no mito de Endimião, em que uma deusa, a Lua, se apaixona por um jovem. É um amor impossível. No longa, a deusa é representada por uma intelectual que se aproxima de um garoto.
"O Bacanal do Diabo e Outras Fitas Proibidas de Ivan Cardoso" é uma espécie de auto-homenagem de Cardoso, mestre do terrir (mescla de terror com humor). Com rugidos de Décio Pignatari e uma sensual sentada de Cláudia Ohana em um prato com leite, o longa é composto de curtas feitos entre 1971 e 2013.
Figuras já conhecidas de outras mostras, Gustavo Galvão apresenta "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa", e Marcelo Gomes assina com Cao Guimarães "O Homem das Multidões", ambos retratos do vazio, do tédio e da solidão.
Entre os estreantes, Fernando Coimbra e seu suspense "O Lobo Atrás da Porta", Michael Wahrmann com "Avanti Popolo" (que marca a última atuação do cineasta Carlos Reichenbach), e Hilton Lacerda -novato na ficção- com "Tatuagem" fazem retratos diversos e universais que devem integrar as apostas de quem deseja ser impressionado.
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