Bar Alto combina casa de shows e balada comandados pelo Tokyo, Balaclava e Popload

Novidade na Vila Madalena tem agenda de DJs de música eletrônica a funk, além de festas gratuitas

São Paulo

Foi num after no Brooklyn, em Nova York, que representantes de três dos principais catalisadores da música de São Paulo tiveram uma ideia considerada tão boa que foi nutrida pelos mais de dois anos da pandemia até finalmente ganhar vida nesta quinta-feira, 8.

A tal ideia é o Bar Alto, na Vila Madalena, fruto da reunião entre Junior Passini, do Grupo Tokyo, Lúcio Ribeiro, do Popload, e Fernando Dotta e Rafael Farah, criadores do selo e produtora Balaclava. Em 2019, todos entraram por acaso em um bar da cidade americana e encontraram um ambiente que pensaram em adaptar para ser replicado em São Paulo —um bar de clima despretensioso com música alta e diversa, que ia de Beyoncé e a Metallica em minutos. O "maior menor clube do mundo", segundo Passini.

Parte interna do Bar Alto, na Vila Madalena, com bar, palco e espaço para DJs
Parte interna do Bar Alto, na Vila Madalena, com bar, palco e espaço para DJs - Divulgação

"A gente queria um lugar que tivesse um espaço para se ouvir música e que fosse pequeno, forçando shows, festas e DJs em um formato mais intimista, para aproximar as pessoas. E também uma área aberta para o público circular e se encontrar, porque a gente sabe que é isso que move quem gosta de música", conta o DJ, que além da Tokyo também toca a balada Selva.

O Alto ocupa vários ambientes em um formato diferente quando o assunto é um espaço que privilegia a música. A entrada tem uma arquibancada que dá em um bar pequeno e aconchegante, de onde saem coquetéis na casa dos R$ 30 e R$ 40 de autoria da argentina Chula Barmaid, que assina a carta atual do Cineclube Cortina. Já a cozinha serve comidinhas compartilhadas e lanches que partem de R$ 25.

Um corredor espelhado, já com uma outra trilha sonora, disparada de uma caixa de som no teto, leva a outra arquibancada e à área principal do bar.

Já no andar intermediário, uma plaquinha que diz "som alto" fica acima da porta que leva ao espaço com luz baixa e outro balcão para as bebidas. Ele serve de pista para quem for ouvir sets de DJs e festas e abriga a plateia dos shows. O palco pequeno e baixo segue a regra de intimismo da casa, deixando artistas e público mais próximos —característica comum do mundo de inferninhos que servem à música independente e alternativa paulistana que os sócios do bar conhecem intimamente e que foi fortemente afetada pela pandemia.

O espaço tem muitas escadas e acessibilidade ainda é uma questão por ali. Mas Passini diz que dois elevadores serão instalados em 2023. Um deles levará ao primeiro andar e o outro ao terraço, que tem mais um bar só de cervejas, além de um corredor com mesinhas ao ar livre.

Mas a ideia não é só receber artistas menores, e sim fazer uma curadoria que misture um pouco da identidade dos três grupos —a veia alternativa do Balaclava, o DNA puxado pro pop e indie do Popload e o clima festeiro da discotecagem do Tokyo.

Segundo Pasini, o palco do Alto pode abrigar tanto bandas novas quanto artistas internacionais que queiram se apresentar em novos formatos para um público mais exclusivo. Ele também considera essa uma forma oxigenar o circuito após o fechamento de portas de palcos fundamentais para a cena, como a Casa do Mancha e o Breve —este último, também comandado pelo pessoal do Balaclava.

O Alto se junta a outros espaços que também surgiram recentemente na região de Pinheiros e da Vila Madalena, como a Casa Rockambole, o City Lights Music Hall e o Porta.

"A gente perdeu lugares muito importantes não só em São Paulo, mas no estado também. E criar um clube em que você possa dar essa primeira chance, seja para uma festa, seja para uma banda, era o principal. E também fazer o caminho oposto, de artistas já consagrados poderem fazer um show que não fazem há alguns anos para 80 pessoas. É essa sensação de algo do qual você precisa participar", diz Passini.

De terça a quinta, a casa abre com discotecagem. Aos sábados e domingos, recebe festas gratuitas, mas com cobrança de couvert artístico. Já as sextas serão reservadas a shows com ingresso, mas os bares seguirão abertos para quem quiser frequentá-los.

Programação de dezembro

8 a 11/12
Shows - Tum, Walfredo Em Busca da Simbiose
Festas - Cremosa Vinil, Primavera Te Amo
DJs - Millos Kaiser, Claudia Assef, Camilo Rocha, Gui Scott, Chiara Rodello, Tiago Guinness, Lys Ventura, Giu Nunez


13 a 18/12
Shows - Deize Tigrona
Festas - Stay Free, Festa Mel
DJs - Zé Pedro, Gustavo Keno, Ju Mineira, Samuca, Fiervo, Arraya, Valentina Luz, Mau Mau, Ubunto, Blackat


20 a 23/12
Shows - Raça, Dozaj
DJs - Deekapz, Ruxell, Thay Girão, Dan Dan, Miria Alves, Corelli, Mari Rossi


27 a 30/12
Festa - Luna
DJs - Nana Kohat, Sanvtto, Dago, Guarizo, Rafa Maia, Rosa Pistola, Suelen Mesmo

Bar Alto

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