Foram meses de pesquisas e viagens a Taiwan para desvendar a gastronomia da ilha asiática —que tem governo autônomo e regime democrático mas é considerado uma província rebelde pela China— para criar o menu do Aiô, restaurante que abriu as portas nesta semana.
À frente do novo endereço estão os donos do vizinho Mapu, um dos raros restaurantes taiwaneses em São Paulo, que surgiu como food truck há quatro anos e virou endereço badalado na Vila Mariana, especializado em baos e comidinhas típicas.
"A gastronomia taiwanesa é principalmente uma mistura entre influências chinesas e japonesas", diz Duilio Lin, filho da imigrante Jasmine Chen. Completam o time os chefs Caio Yokota e Victor Valadão, cocriadores do cardápio.
"A gente ficava um pouco sem referência: qual é o sabor de Taiwan? Quando fomos para lá, vimos que é uma cultura muito vasta. O menu foi baseado nessa nossa trajetória para chegar a uma cozinha autoral com raízes em Taiwan", afirma Yokota.
O menu do Aiô —nome que remete a uma expressão de surpresa em mandarim— traz 11 itens, que não têm divisão entre entrada e prato principal. A ideia é ir pedindo para compartilhar na mesa.
O mini bao (pão no vapor de origem chinesa) de peixe vem em duas unidades, recheado com peixe frito, maionese de pimenta-de-cheiro, picles de pepino e salsão, por R$ 40.
Funciona bem para abrir o apetite a salada de tomates com garum, molho de pimenta asiático, crocante de feijão moyashi e vinagre (R$ 40).
Come-se de hashi, com a ajuda de uma colher ou das mãos: o char siu de copa lombo marinado, glaceado em molho à base de arroz fermentado e mel, chega à mesa em fatias para rechear em panquequinhas finas, enrolar e colocar na boca. Custa R$ 70.
Na ala dos que atendem como prato principal estão o you fan (R$ 55), arroz glutinoso com porco, camarão e cebola frita. Peixes e frutos do mar têm presença marcante nas receitas, que saem de uma cozinha aberta para o salão.
Também fica às vistas dos visitantes o bar rebaixado, logo na entrada, com balcão. Ele ganha tanto protagonismo quanto a cozinha. Quem assina a carta é o bartender Maurício Barbosa, ex-Tuju.
Ele usa ingredientes e referências de Taiwan para criar drinques autorais e releituras —todos de baixo teor alcoólico, uma tendência mundial.
O crisântemos punch (R$ 48) é preparado com pisco com crisântemos, flor típica da nação asiática, xarope de goma, limão-siciliano, melão, bitter angostura. Por cima vai um merengue seco com pedacinhos da flor.
Outro destaque da carta é o chamado kinmen, feito com destilado de sorgo, típico de de Taiwan, shissô (planta), vinho, mel, bitter de pêssego e kaoliang, um destilado produzido com mosto de cereais.
Por enquanto, a casa funciona em sistema de soft opening sob reserva.
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