Enquanto um saxofonista tocava releituras do pop para receber o público do segundo domingo do Taste SP, no parque Villa-Lobos, as tendas de restaurantes e as filas para participar das ativações de marcas enchiam.
Como se repetiu durante a última semana, a dinâmica de cozinhar pratos ao lado de chefs renomados funcionou bem, com aulas sempre cheias. O primeiro a subir ao palco foi Luiz Filipe Souza, do Evvai, que recebeu duas estrelas Michelin na premiação de maio.
A receita do dia, espaguete ao sugo, parecia simples, mas havia um requinte: o molho de tomate era transparente. Para chegar à coloração sem perder o sabor, os frutos foram batidos e colocados na geladeira por dois dias em um pano, que filtrava o soro. Entrou na mistura tomilho, manjericão e alho para dar cheiro e complexidade.
Com a parte do molho feita previamente pela equipe, como nas receitas da TV, restava fazer o macarrão. O rigor ensinado aos 40 alunos no preparo foi o mesmo que Souza emprega nos seus pratos.
A pasta só entrou na panela quando a água estava fervente e salgada. Depois de dez minutos cronometrados o chef pediu que todos retirassem o espaguete, mas sem usar o escorredor. "A água do macarrão está cheia de amido. É o melhor amigo do cozinheiro. Não vale a pena jogar fora porque pode ser usada no molho para dar corpo", explicou ele.
Retirado com uma pinça, o espaguete foi à frigideira onde tinha sido colocado o molho transparente. Ficou no fogo por mais dois minutos, período em que o chef adicionou azeite e parmesão, enquanto fazia a massa pular no recipiente.
Na tenda ao lado da aula, estava a Trattorita Evvai, outro restaurante de Souza. O menu para o Taste incluía uma receita que viralizou nas redes sociais: um sanduíche, com massa de pizza, recheado com mortadela e pistache (R$ 35). Na parte da sobremesa, servia açaimissu (R$ 35), uma releitura do clássico doce italiano mas com biscoitos embebidos na calda de açaí. Era servido ainda com sorvete de fruta e tapioca frita.
Opções de sobremesa não faltavam no evento e, com o sol, as sorveterias fizeram sucesso. A Davvero, nome tradicional no setor de gelatos, trouxe alguns sabores que aparecem nas suas lojas de São Paulo como pistache, à base de leite, e uva vitória, com água. Cada copo com dois sabores custava R$ 25.
A Gelato Boutique, da chef Marcia Garbin, trouxe sabores especiais como o caramelo de shoyu (R$ 20 o copo). Havia ainda os tradicionais morango e pink lemonade, preparado com limão e frutas vermelhas.
Nova na cidade, a Amollis Gelato abriu a sua primeira loja física no começo de maio, na Vila Clementino, na região sul. De lá trouxe cubas com gelatos artesanais feitos com ingredientes orgânicos e de pequenos produtores. Fora do radar, os sabores incluíam queijo azul com pera, doce de leite com azeite, além de manga e cajá. Lá, o copo com um sabor saía por R$ 18.
A pequena Borbô Sorvetes, que nasceu na cidade de Borborema, no interior de São Paulo, chegou à capital paulista este ano. Para o Taste SP, levou produtos que costuma vender pela internet, como o de Leite Ninho (R$ 17,90 o pote). Também tinha opções mais tradicionais, a exemplo do de café, milho verde e abóbora com coco.
O carrinho da Nice Cream, que tem lojas físicas em Pinheiros e Campo Belo, estava com as suas massas de sorvete feitas sem conservantes ou sem açúcar. Entre eles, o de hibisco com frutas vermelhas (R$ 17 o pequeno) era o mais azedinho. Fez sucesso, porém, um mais doce, o Chico Bento, feito com mascarpone, nata e goiabada.
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