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Restaurante Como apresenta o Centro-Oeste a São Paulo

Comida caseira de Goiás ganha destaque mas precisa afinar alguns pontos do serviço

São Paulo

Como

A capital paulista parece juntar um pouco da cultura do Brasil inteiro, mas a chef Paloma Zaragoza se incomodava que comidas que fizeram parte da sua formação no Centro Oeste ainda eram totalmente desconhecidas na cidade. Faltava um lugar para comer chica doida, o porco na lata e empadão goiano, por exemplo. E foi isso que motivou a criação do Como, restaurante focado em comida de Goiás, em Pinheiros.

Chica doida, uma pamonha de forno feita de milho verde, servida no restaurante Como
Chica doida, uma pamonha de forno feita de milho verde, servida no restaurante Como - @como.sp no Instagram

Foi preciso somente uma garfada na chica doida (R$ 55), prato mais popular da casa, para descobrir que ela estava certa. São Paulo precisava conhecer mais dessa gastronomia caipira que vai além do interior do estado e de Minas Gerais.

O prato é uma pamonha de forno acompanhada por linguiça de três carnes. O creme é bem suave e tem um tempero levemente defumado, finalizado com queijo, o que complementa o sabor do milho verde e a diferencia de polentas e outros pratos do tipo. É uma ótima introdução aos sabores da região, e merece ser experimentada, mesmo que na versão em miniatura (R$ 35).

Nessa apresentação de um paladar novo, a receita do empadão (R$ 48) é levemente alterada da original, conta o restaurante em suas redes sociais. Não vai gueroba, um palmito amargo, para não afastar quem possa estranhar o sabor diferente. Mas o apego aos paladares autênticos é defendido mesmo assim.

Empadão goiano, uma torta de frango com queijo, batata, ervilha e linguiça de frango artesanal
Empadão goiano, uma torta de frango com queijo, batata, ervilha e linguiça de frango artesanal - @como.sp no Instagram

Nem tudo é desconhecido no amplo cardápio do Como, e há ali muitos pratos que são familiares em diferentes partes do Brasil e internacionais, mas que são servidos em ótimas versões.

A vaca atolada (R$ 67) é tão leve que surpreende. Vem com costela cozida bem macia e um creme de mandioca bem delicado. Para comer sem ficar pesado demais em seguida.

A carne de sol (R$ 72) é curada na casa e é servida com requeijão de corte gratinado, purê de mandioquinha, paçoca de carne e salada de feijão verde.

Durante a semana, a casa serve ainda um menu executivo (R$ 55) com entrada, prato principal e sobremesa, com opções que variam a cada dia. No dia da visita, havia a alternativa de pedir um prato caseiro com linguiça, batata frita e arroz, mas também opções mais genéricas como uma parmegiana de frango ou uma lasanha vegetariana.

As sobremesas também misturam influências. Há bolo de coco (R$ 22), musse de chocolate com café (R$ 25), quindim de milho (R$ 28) e picolés do cerrado (R$ 14). A tartelete de jabuticaba (R$ 20) tem a massa sequinha e crocante e um recheio doce com toque ácido saboroso.

O Como ainda precisa afinar alguns pontos do serviço. Apesar do atendimento atencioso, o cardápio parece confuso, separado em várias páginas avulsas, as entradas demoraram quase 30 minutos a serem servidas no dia da visita, e esqueceram de servir acompanhamento de um dos pratos. Mas nada disso diminui a sensação de conhecer sabores novos e deliciosos em uma comida caseira elevada. Vale a pena conhecer a cozinha de Goiás.

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