O Le Bou, discreto bistrô com um salão pequeno e simpático no Itaim, tem nove anos, mas entra agora em nova fase. Foi comprado por novos sócios, um dos quais é o chef José Barattino, ex-Emiliano.
Embora não fique na cozinha —tocada pela chef Lilian Calegari— ele criou o cardápio de base francesa, inaugurado com bela tacada de marketing: nos primeiros dias eram os clientes que decidiam quanto pagariam.
Além da visibilidade que isso criou, ainda possibilitou aos proprietários calibrar os preços de acordo com a expectativa de seu público.
O menu é atraente, mas com resultado desigual. A rillete de pato —ave cozida em sua gordura e desfiada— não tem gosto, é preciso, na mesa, salgar, apimentar e "engordurar" (com azeite) para lhe dar graça. Os ovos em cocotte são saborosos (com ragu de tomates, alcaparras e anchovas), mas muito crus —precisavam de mais calor.
Mas há propostas mais assertivas, como o cordeiro assado com especiarias e purê de berinjelas com alho e ervas (um purê mais leve casaria melhor com a carne), ou a costela de boi cozida com cenouras e vinho tinto, podendo ser acompanhada por ratatouille, e finalizada, na sobremesa, com pain perdu, um sorvete de iogurte e frutas vermelhas.
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