Bares secretos viram moda em SP; conheça 10 opções e saiba como achá-los

Balcões ficam escondidos em outras casas e podem até exigir senha para liberar a entrada

Porta com abertura circular com vista para o bar

Bar Infini, dentro do La Casserole Divulgação

São Paulo

Primeiro, você toca a campainha. Uma espécie de abertura revela um par de olhos e, por trás da porta vermelha com detalhes dourados, um vozeirão pergunta qual é a senha da noite. Quem não sabe a palavra da vez fica de fora. Quem sabe entra em um bar de decoração vintage e trilha sonora que navega entre o jazz e o rock dedicado à alta coquetelaria.

Escondida em um sobradinho branco na região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, a tal porta vermelha guarda o Exit, bar aberto oficialmente há cerca de um ano. Para entrar lá, é preciso fazer reserva antecipada e aguardar o envio da senha do dia para ir, num esquema que vem se tornando uma discreta moda na capital paulista: a das casas secretas, que se inspiram no estilo speakeasy.

Bar Exit em São Paulo
Bar Exit, que exige senha para o frequentadores, em São Paulo - Divulgação

Esse era o nome dos bares secretos americanos nos tempos de Lei Seca. Embora não exista nenhuma regra que restrinja o consumo de álcool no Brasil, há uma demanda pelo que o pessoal gosta de chamar de experiência. Assim como existem casas que apelam para ambientes instagramáveis ou para drinques mirabolantes, endereços envoltos em um certo ar de mistério e exclusividade surgem aqui e ali e tentam atrair o público.

Mais do que secretas —afinal, como guardar segredo em tempos de redes sociais?—, essas casas têm certos manuais de instrução. Há de tudo um pouco na lista de endereços escondidos na capital paulista: salão ultramoderno dentro de endereço sessentão, balcão escondido atrás de floricultura, clube de jazz no subsolo de restaurante, serviço de drinques embaixo de boteco tradicional e por aí vai. Em comum, há a preocupação em oferecer boa coquetelaria.

Nessa lista estão o Inifini, que fica dentro do La Casserole, o Il Covo, o SubAstor, o Raiz, entre outros —veja dez opções abaixo.

No caso do Exit, a carta se divide em receitas autorais e clássicas. Assinado pelo premiado bartender Márcio Silva, que já foi do Guilhotina, bar considerado um dos melhores do mundo, o menu tem bebidas como a Je Suis Dark and She Is Tormenta, feita com conhaque, rum, amburana, especiarias e extrato de gengibre e limão. É servida com raspas de chocolate e custa R$ 47. Mas também há drinques clássicos, como manda a regra.

Uma das novidades na cidade é o The S. Desde agosto no edifício Itália, no centro, a casa divide pavimento com exposições fotográficas e com o salão de festas do Circolo Italiano. Para chegar até o bar, é possível que o cliente esbarre em jovens mulheres de vestidos longos e homens de terno que dançam mascarados ao som de jazz. "É que hoje é dia de baile de máscaras", explica o pessoal da recepção do prédio, que oferece o adereço por R$ 40 para quem chegou despreparado ao local.

Para entrar no The S., basta saber que a casa está ali, já que não existe nenhuma indicação pelos corredores do prédio, nem endereço nas redes sociais. Com paredes decoradas com fotos do cantor Frank Sinatra, luz baixa e cadeiras com estofado de couro, o espaço oferece drinques autorais como a It Had to Be You, feito com gim em infusão de limão-siciliano e zimbro, Carpano Bianco, xarope de romã e espuma clarificada (R$ 48).

Já o menu de comidinhas tem uma pegada vintage, no clima de Sinatra e dos corredores do edifício Itália. São receitas como o pastrami no palito com mostarda de Dijon, muçarela de búfala e picles de pepino (R$ 42) e o canapé de salmão gravlax (R$ 48).

Outra discreta inauguração recente é o Carrasco, aberto no começo deste ano. Seu acesso é feito por uma cortina de veludo nos fundos do salão do sempre animado Guilhotina, em Pinheiros. Em contraste com o irmão mais velho, cujo ambiente é marcado por uma decoração de pegada industrial e trilha sonora mais animada, o Carrasco é elegante e pequenino, com somente 26 lugares.

Assim como no irmão mais velho, quem assina a carta ali é Spencer Amereno Jr. São 21 receitas, entre clássicos e autorais com valor único de R$ 47, todas executadas pela bartender Cris Negreiros, que não hesita em sugerir receitas para agradar o paladar da clientela. E, sim, as cartas do Carrasco e do Guilhotina são diferentes.

Aberto no finzinho de 2020 também em Pinheiros, o Iscondido é outro desses endereços. Para conferir os DJs e os drinques autorais, é preciso pedir a senha via mensagem no perfil do Instagram. E é ali que a casa se define com uma frase de coach motivacional, mas que serve para todo o movimento de bares não tão secretos assim da capital: é para todos, mas não para qualquer um.

10 bares escondidos em São Paulo

Carrasco
No bar Guilhotina. R. Costa Carvalho, 84, Pinheiros, região oeste, Instagram @ocarrascobar


Exit
Al. Lorena, 2.104, Jardins, região oeste, Instagram @exitbarsp. Reservas e senha em exitbarsp.com.br


Flora
R Padre João Manuel, 795, Jardins, região oeste, Instagram @florabar.sp


Il Covo
Nos fundos do Zena Caffé. R. Peixoto Gomide, 1.901, Jardins, região oeste, Instagram @ilcovobar


Infini
No restaurante La Casserole. Largo do Arouche, 346, República, região central, Instagram @infini.bar


Iscondido
Endereço secreto. Descubra no Instagram @iscondido.bar


LoHi
No hotel Selina. Av. Vieira de Carvalho, 99, República, região central, Instagram @lohi.sp


Raiz
No restaurante Jacarandá. R. Alves Guimarães, 153, Pinheiros, região oeste, Instagram @raizclubsp


São Paulo Urban Distillery
No bar Drosophyla. R. Nestor Pestana, 163, Consolação, região central, Instagram @saopaulourbandistillery


SubAstor
No Astor. R. Delfina, 163, Vila Madalena, região oeste, Instagram @subastor


The S.
No Circolo Italiano. Ed. Itália - av. Ipiranga, 144, 1º andar, República, região central, Instagram @thes_bar

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