"O vermute coloca o vinho na coquetelaria", dizem Tábata Magarão e Alê Bussab, o casal à frente do Trinca. Aberto em maio na região do Baixo Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, o bar nasce com uma missão: apresentar a cultura do vermute ao paulistano.
Resultado da combinação de vinho fortificado com álcool e aromatizado com especiarias, o vermute é uma antiga bebida europeia. Apesar de ser pouco conhecido por aqui, ele serve de base para muitos coquetéis clássicos —dry martíni, negroni, manhattan, boulevardier e rabo de galo são alguns deles.
No Trinca, além de provar drinques, o público também pode degustar os vermutes puros. "Sempre que alguém chega aqui, a gente oferece uma degustação. Mesmo que a pessoa venha mais dez vezes, sempre vamos oferecer", diz Bussab.
Com anos de experiência como bartenders no Rio de Janeiro, Magarão e Bussab se aproximaram do universo do vermute durante a pandemia. Nos meses de isolamento social, transformaram a casa em laboratório e começaram a desenvolver as próprias receitas. É o resultado dessa experiência que compõe a degustação e abastece as três torneiras com bebidas da casa.
São três os de criação da dupla. Dois deles têm o chardonnay como base: o floral Rosé Oriental, que ganha essa cor devido à adição de hibisco, e o Italiano, feito com folhas de oliveira e combinação de pimentas. Por último, há o Sul-Americano, de malbec argentino, incrementado com nibs de cacau e erva-mate.
Cada receita é vendida por R$ 25,90 e pode ser provada pura, com água com gás ou tônica. Há ainda a apelidada pelo casal de Reserva, de sabor mais neutro, usada no preparo dos coquetéis e que não compõe a trinca de torneiras. Além dos artesanais, o endereço também dispõe de mais de dez rótulos de vermutes importados.
As bebidas compõem os drinques da carta da casa, com clássicos e autorais. São coquetéis como o Trinca Giuseppe, versão do bitter giuseppe, feita com Cynar, Italiano, limão-siciliano e bíteres, que custa R$ 31, e o rabo de galo, com cachaça branca, Italiano, Cynar e bíter, por R$ 29.
Para acompanhar a bebedeira, há uma lista de pratos assinados pela dupla Fernanda Camargo e Dani França Pinto –esta também responsável pelos comes do Infini e do Cineclube Cortina, ambos no centro.
Assim como a trinca de vermutes propõe uma viagem através do paladar —como os nomes sugerem, remetem ao Oriente, Europa e América do Sul—, as comidas também trazem referências de outras culturas.
São pratos como os cannoli do Atlântico, recheados com pescada curada com jerez e maionese de avocado e limão (R$ 34) e o Sopro Oriental, massinhas fritas recheadas com camarão ou porco servidas em molho picante (R$ 30 e R$ 28, respectivamente).
Este não foi o primeiro endereço dedicado aos vermutes aberto em São Paulo. Em 2018, a região dos Jardins abrigou o Pablo, bar que destacava as bebidas e que teve vida curta. Apesar de ainda ter uma cultura tímida no Brasil, a dupla mantém a aposta na bebida. "Queremos funcionar por pelo menos dez anos", dizem.
Comentários
Ver todos os comentários