'Só vamos reabrir quando nos sentirmos seguros', diz Janaina Rueda

Mesmo com autorização do governo, parte dos restaurantes em SP deve permanecer fechada

São Paulo

Na última sexta-feira (26), o governador João Doria (PSDB) anunciou a nova fase da quarentena no estado, a amarela. Nela, a capital e as sub-regiões do ABC e de Taboão da Serra avançam o afrouxamento da quarentena, que permite o funcionamento (restrito) de bares, restaurantes e salões de beleza.

Contudo, por um pedido do comitê de contingência de combate ao coronavírus no estado, ficou decidido que as mudanças na regra de isolamento só se consolidarão caso a capital permaneça nesta fase até, pelo menos, a próxima sexta-feira (3).

Mesmo com a autorização da reabertura dos salões, muitos restaurantes paulistanos afirmam que manterão as portas fechadas neste momento.

O principal motivo citado é a falta de segurança com a situação atual. Além disso, há incertezas com as definições do governo e questões com o horário de funcionamento imposto para esta fase do afrouxamento da quarentena —as casas poderão funcionar por no máximo seis horas por dia e até as 17h.

A lista dos que preferem aguardar traz endereços badalados, como Mocotó, Balaio, Tappo, Komah, Evvai e Maní, para citar algun

Entre os restaurantes que deverão permanecer com os salões fechados, estão A Casa do Porco e Bar da Dona Onça, comandados pelo casal Jefferson e Janaina Rueda. Os estabelecimentos, que viviam lotados antes da pandemia, recentemente adaptaram seus menus para o delivery, após dois meses de estudo.

“Nós só vamos reabrir quando nos sentirmos seguros, com planejamento de utilização das calçadas, com distância social ao ar livre”, afirma Janaina.

Outro lugar que preferiu aguardar é o restaurante japonês Aizomê. Apesar de o delivery representar menos da metade do faturamento anterior, a casa continua com a opção de, neste momento, continuar apenas com delivery e take-away.

Segundo a chef Telma Shiraishi, que aguarda diretrizes mais claras das exigências adotadas para a reabertura, “só vamos voltar a receber os clientes quando tivermos a certeza que estamos fazendo o melhor pra eles e para a nossa equipe. Segurança e saúde em primeiro lugar.”

André Mifano, à frente do Lilu, também afirma que irá funcionar apenas com o serviço de entregas por enquanto. Ele considera que o fechamento dos salões e a adaptação para o delivery impôs sacrifícios ao negócio e seus funcionários que ele não quer comprometer. “Não quero colocar em risco minha equipe, clientes e família. Quem vai dizer se é seguro abrir é médico, não político”, diz.

A fase 3 do Plano SP, a amarela, prevê a reabertura de atividades para o consumo local em bares, restaurantes e similares segundo algumas diretrizes como: somente áreas arejadas; capacidade do salão 40% limitada; horário de funcionamento reduzido (seis horas por dia e limitado até as 17h, ou seguindo o regramento do estabelecimento em que se encontra); além da adoção dos protocolos padrões e específicos do setor.

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