Primeiro sábado do Taste SP une restaurantes premiados e estrelas da gastronomia

Palestras com Rita Lobo e Janaína Torres foram chamarizes de público

25/05/2024

17h01 - Atualizado em 26/05/2024 às 17h15

Isabela Bernardes

São Paulo

Quem passeou pelo Taste Festival neste sábado, 25, foi envolvido pelos diversos aromas que pairavam no ar do parque Villa-Lobos, em São Paulo. Do almoço ao jantar, além de um café da tarde, é possível encontrar opções para todas as refeições.

Este é o primeiro fim de semana do evento, que acontece até 9 de junho. Chegando à oitava edição no país, há 31 casas selecionadas para participar da exposição. Entre os participantes, estão locais que, nesta semana, foram incluídos pelo Michelin na mais recente edição do guia.

É o caso do Evvai, detentor de duas estrelas e representado por sua Trattoria. Segundo o chef André Miranda, que comanda a casa, apesar de o objetivo dos restaurantes diferir, a base técnica é mesma.

"A Trattoria está em um nível descomplicado, mais descontraído. Já o Evvai oferece uma experiência com menu degustação, cada coisa com um sentido e momento certo. Porém, a base da cozinha é igual, com técnicas e seleção de ingredientes feita com muito rigor", afirma ele.

Também na lista do Michelin, na categoria Bib Gourmand, que elege estabelecimentos de preço acessível, está o Banzeiro, comandado por Felipe Schaedler. Segundo o chef, levar a comida da Amazônia para um festival tão grande significa que o trabalho está no rumo certo.

"Acho que o Brasil está conhecendo mais o Brasil, descobrindo o quanto é gostoso e saboroso", afirma.

As aulas nos espaços de conhecimento são destaque no Taste. Durante a tarde, a apresentadora Rita Lobo e a chef Janaína Torres foram atrações lotadas no Papo de Cozinha e no Pit Fire, respectivamente.

Defensora do que chama de comida de verdade, Rita Lobo falou sobre alimentação saudável e fez receitas na air fryer. Segundo ela, o movimento de valorização de ingredientes nacionais na gastronomia não é uma novidade.

"Isso é uma volta, não uma tendência no sentido de coisa nova. Fomos deixando de usar ingredientes com a globalização. Vieram vários itens novos, que não são nossos, e acabaram substituindo alimentos locais. Mas, agora que a ciência mostra que a comida de verdade é a base da saúde, voltamos a consumir ingredientes abundantes no país", diz a apresentadora.

Na aula, Rita ensinou uma refeição completa usando a air fryer, sendo a parte de baixo da panela para um ensopado e o cesto fez o grelhado. Um cuscuz marroquino foi elaborado à parte e, no final, o prato foi servido com hortaliças, cereal e uma carne. "Essa é a estrutura do nosso prato feito", diz.

Para Janaína Torres, chef d'A Casa do Porco, do Bar da Dona Onça e outros três negócios em São Paulo, eleita a melhor chef do mundo pelo 50 Best, a valorização dos produtos nacionais contribui para a melhora dos pratos feitos no dia a dia, a partir da percepção dos alimentos que podem ser comprados em cada época.

"Ajuda a olhar o entorno. Da pessoa saber o que ela tá comendo, entender o seu país através dos seus ingredientes. Ir ao supermercado e comprar tudo que é convencional, sem saber o que está dando na terra naquele momento, não é ideal", diz.

"A partir da avaliação, a população acaba conhecendo a cultura do seu entorno e mapeia o que pode comprar. Às vezes, consegue até optar por alimentos orgânicos, que podem estar mais baratos, a depender da época que são colhidos", explica.

Além dos espaços do conhecimento, há estandes ofertando aulas práticas e workshops gratuitos. Em cada um, é necessário apenas fazer a inscrição com 30 minutos de antecedência, no próprio local.

Na Nespresso, é possível fazer uma masterclass de drinques com café, ensinados por uma barista. Já na Mitre e na Barilla, chefs ensinam a fazer massa. Enquanto no estande da Vigor, o foco são em receitas doces e salgadas utilizando iogurtes.

Alguns restaurantes participam só no primeiro fim de semana do evento, caso do Abaru, comandado pelo chef Onildo Rocha, que leva ao Taste quitutes como nhoque de vatapá (R$ 55) e uma versão de cachorro-quente, o oxente dog (R$ 45).