Fim de semana em SP tem festival sobre o Japão e novidade gastronômica no centro

Agenda ainda inclui mostra de cinema italiano e Festival Turá no parque Ibirapuera

São Paulo

A programação cultural de São Paulo de 28 a 30 de junho traz uma mistura de gastronomia e atrações culturais. Há um novo restaurante que aposta em cozinha autoral no centro, festival sobre cultura japonesa, mostra de filmes italianos e shows de cantores de peso da música brasileira.

Veja a seguir os destaques do fim de semana:

Língua bovina do restaurante Virado
Língua bovina do restaurante Virado - Helena Rubano/Divulgação

VIRADO TEM PEQUENOS PRATOS QUE VALEM MAIS DO QUE UM PF

Novidade no largo do Arouche, no centro, o restaurante Virado tem dupla personalidade —e isso pode ser bom.

Por um lado, é uma opção de refeição simples e mais acessível, com pratos básicos e bem feitos, numa versão arrumada do tradicional PF. Por outro lado, tem cozinha autoral moderninha, dessas que servem pequenos pratos autorais interessantes.

A primeira face pode ser um bom almoço comercial. Estão ali opções como bife acebolado, filé à parmegiana e, só mais recentemente, virado à paulista. Os pratos custam R$ 59 e são bem-feitos, mas sem empolgar demais.

Pelo lado hipster, com opções para compartilhar, a experiência se torna mais atraente, ainda que fique cara.

É ali que está o crudo (R$ 40), carne bovina crua com alcaparras, limão-siciliano, azeite de manjericão e queijo Tulha. A porção é pequena, mas é excepcional. A carne vem cortada em cubos maiores do que no steak tartare, o que deixa a textura mais marcante. Vem com pastéis de vento, que podem servir de veículo para levar a carne à boca. É boa combinação, mas uma fatia de pão cairia bem.

Outra excelente opção é a língua tonnato (R$ 32), que é servida fria e vem fatiada fininha. Com sabor delicado e textura macia, casa bem com o molho de atum. O prato é servido com o molho escondido por baixo da carne, então as primeiras garfadas pareciam secas até chegar nele.

Surpreendente é o prato verdes tostados (R$ 32), combinação de ervilha-torta, vagem, brócolis e azedinha grelhados e com sabor levemente defumado. Uma bela coalhada oferece contraste e frescor.

A única decepção foi o shoulder de wagyu (R$ 75). Maior do que os outros, tem apresentação pouco atraente, com o bife inteiro em um prato sozinho. A carne é saborosa, mas não estava macia. Além disso, foi servida no ponto errado, mais passada do que o pedido. É acompanhada
por um bom molho béarnaise e por ótimas batatas fritas.

A criatividade volta a dar as caras no fim da refeição, com sobremesas como o pudim de iogurte (R$ 22). Cremoso, é mais doce do que o nome pode indicar, mas vem coberto com mais iogurte, o que cria um contraste com o azedo, que causa estranheza, mas dá vontade de comer mais.

O Virado tem como chef Benê Souza, 26, que trabalhou no Maní e no Taraz e apresenta ali sua primeira operação solo. É uma aposta na renovação do centro, área em que restaurantes tradicionais pareciam isolados, mas que agora ganham boa companhia.


VIVA! JAPÃO

Grátis, o evento leva ao Museu da Imigração (r. Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca) atrações de música, dança, gastronomia e oficinas que celebram a comunidade japonesa. Entre os destaques, estão apresentação de taikô (tambor tradicional), concurso de cosplay, oficina de mangá e debate com a cineasta Tizuka Yamasaki, que exibe seu documentário sobre a artista plástica Tomie Ohtake. Para comer, o público encontra lámen, temaki, hot roll e outras receitas típicas. É neste sábado (29) e domingo (30), das 10h às 18h.

Grupo Roquios Gueinou Doukoukai no festival VIVA Japão - 30 anos do Museu da Imigração
Grupo Roquios Gueinou Doukoukai no festival VIVA Japão no Museu da Imigração - Divulgação

FESTA DO CINEMA ITALIANO

O festival reúne dez filmes na programação, sendo dois deles inéditos e oito pré-estreias. Um dos lançamentos é ‘Maria Montessori - Ensinando com Amor’, primeiro longa de Léa Todorov. Ele se passa nos anos 1900, quando uma jovem foge de Paris para esconder sua filha em Roma. Outro título na agenda é ‘Ainda Temos o Amanhã’, de Paola Cortellesi. Até 3 de julho, as exibições ocorrem no Espaço Augusta de Cinema, Reag Belas Artes, Cine Satyros Bijou e Cinesystem Frei Caneca. Os valores de ingressos variam conforme a sessão

A imagem em preto e branco mostra um grupo de mulheres em uma escadaria.
Cena de 'Ainda Temos o Amanhã', de Paola Cortellesi - Divulgação

VHS CLUB

Neste sábado (29), o topo do edifício Martinelli (r. Líbero Badaró, 504) recebe a VHS Club, uma spin-off da VHS, uma das principais festas de música pop da cidade. O novo projeto é dedicado ao pop eletrônico, gênero que vem dominando os fones de ouvido do público LGBT+ pelo som de artistas como Charli xcx, Shygirl, Romy, Kaytranada, Jessie Ware, entre outros. Com ingressos esgotados, a festa liberou um lote extra com algumas entradas por R$170, à venda no Sympla.

Edifício Martinelli, no centro de São Paulo, cujo térreo e terraço serão transformados em observatório com espaços culturais e gastronômicos
Edifício Martinelli, no centro de São Paulo, cujo térreo e terraço serão transformados em observatório com espaços culturais e gastronômicos - Divulgação

FESTIVAL TURÁ

Com caprichada programação de artistas brasileiros, faz sua terceira edição em São Paulo neste final de semana, nos dias 29 e 30, no Parque Ibirapuera. Os ingressos, à venda por a partir de R$ 540, podem ser comprados individualmente ou no passe para os dois dias, a R$ 792. No sábado (29), tocam no parque Chitãozinho e Xororó, Nação Zumbi e os encontros entre Fresno e Pabllo Vittar e Chico César e Zeca Baleiro. No domingo (30), fazem shows Djavan, Alcione, Armandinho e Adriana Calcanhotto, que convida Rubel para o palco, entre outros. A programação completa pode ser vista em festivaltura.com.br

A dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó
A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó - Folhapress

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