Por mais que continuem na moda, não deixa de ser curioso que São Paulo receba um restaurante peruano vindo não de Lima, mas do Mato Grosso do Sul.
O Imakay nasceu em 2015 em Campo Grande, e chegou ao Itaim Bibi, em São Paulo, há oito meses. Ele tem pratos peruanos tradicionais e também culinária nikkei, de influência japonesa, que inclui sushis e sashimis.
A cozinha quente é território do chef Juan Pablo; já os sushis são comandados pelo brasileiro David Rodrigues.
Há, claro, oferta de ceviches —além do tradicional (R$ 36), com pescada branca, há opções como o de salmão com emulsão de maracujá e crocantes de batata-doce e mandioquinha (R$ 38), sem acidez agressiva.
Da ala andina ainda há tiraditos (fatias de peixe cru com tempero úmido), como o de pescada branca com o crocante tempura de alga nori, romã e purê de ervas, mais original do que excitante (R$ 34); e o clássico
lomo saltado, filé salteado com molho oriental e, aqui, guarnecido com purê de mandioquinha (R$ 57).
Esta cozinha nikkei não se excede em misturas (no Peru, frequentemente, sim), apenas cede aqui e ali aos modismos do sushi com foie gras e azeite de trufa.
Já o arroz tem uma peculiaridade —o vinagre, seu tradicional tempero, é fermentado da borra do saquê e envelhecido em toneis (akasu, ou vinagre vermelho), que confere uma tonalidade mais escura e um sabor mais encorpado ao tirashi do menu-executivo (com sobremesa, R$ 54) e aos sushis —além dos tradicionais, há duplas como a de atum selado com pimenta ají e salsa chalaca (R$ 26) ou de unagui (enguia) com mel fermentado (R$ 48).
O sushi de toro de atum bluefin espanhol custa R$ 40 a unidade (mas o peixe veio, infelizmente, gelado).
A grelha a carvão fornece sabor especial a pratos como o polvo estofadito (finalizado na grelha com vagem e quiabo, R$ 82) —pena que não usem o mesmo fogo para os popularíssimos antecuchos (espetinhos), especialmente o de coração bovino, tão difícil de achar.
Comentários
Ver todos os comentários