Como aquelas mulheres maduras que encontram fôlego para começar aulas de DJ, fazer uma faculdade ou se esticar no balé, a padaria Basilicata também vêm se renovando nos últimos anos.
Na verdade, hoje ela aparenta ser bem mais jovem do que sugerem os seus 107 anos.
Surgido em 1914, o negócio cresceu com a inauguração do restaurante, em 2017, que fica no mesmo imóvel onde nasceu a padaria, no tradicional bairro do Bexiga, em São Paulo. Agora, em janeiro, ganhou uma irmã mais nova, a Basilicata Trattoria, na rua Joaquim Antunes —a mesma dos badalados Maní e Evvai—, nos Jardins.
Como muitos dos negócios centenários da região da Bela Vista, a padaria se esforçou ao longo das décadas para manter o clima do início do século 20, ainda que o passar dos anos tenha forçado algumas mudanças aqui e ali. Saíram das prateleiras os itens variados de mercearia e ficou o que importa —os pães, feitos até hoje com a mesma receita, e os produtos de origem italiana.
O nome, Basilicata, vem da região onde nasceu a família que comanda o empreendimento desde a inauguração. Foi depois de ouvir muito sobre a gastronomia dessa parte do sul da Itália que a clientela começou a pedir que o lugar também apresentasse as famosas receitas do país.
Então surgiram o restaurante da casa, inaugurado no mezanino da padaria, e agora também a Trattoria. À frente dos fogões de ambos está Rafael Lorenti, que aos 31 anos faz parte da quinta geração que comanda o grupo.
“Apesar de darmos um toque de modernidade no restaurante, com pratos individuais, ele tem um cardápio bem tradicional do sul da Itália, da nossa família”, afirma o chef. “Já na Trattoria eu me solto mais. Sirvo poucas massas e mostro as minhas influências. Temos uma parrilla na cozinha, e praticamente todos os pratos passam por ela, das entradas à sobremesa”, conta Lorenti.
O novo endereço fica em um imóvel de esquina, com janelões, ambiente arejado e iluminado, cercado por decoração pontual e sofisticada.
O menu tem base italiana, mas não se priva de combinar a ela outros sabores. A seção de entradas, por exemplo, traz duas versões do bao, o pãozinho chinês feito no vapor —uma recheada de porchetta, coentro e pistache (R$ 24) e outra com couve-flor grelhada e abacate (R$ 22). Das saladas, a Finocchio e Frutas leva laranja, caju, manga, erva-doce, cebola e romã (R$ 35).
Da grelha saem a bisteca fiorentina (R$ 240 para três pessoas, incluindo dois acompanhamentos), a costela de boi (R$ 49) e os cogumelos recheados (R$ 48). Para ladear, há itens como a farofa de feijão-verde ou a salada de tomate e manjericão.
O fogão prepara ainda massas clássicas, como o espaguete à carbonara (R$ 57) e o cacio e pepe (R$ 57), além de um risoto de frutos do mar, linguiça e molho bisque com toque de coco (R$ 81).
Para acompanhar os comes, há as sugestões do bar. Além dos tradicionais negroni (R$ 36) e boulevardier (R$ 36), a casa oferece ainda drinques próprios, caso do Basilicata Rosso, versão autoral do local para o bloody mary, feito com grappa e servida com pancetta (R$ 33).
“Não dava para ser igual”, diz Lorenti. “Já mostramos a nossa tradição no Bexiga. Aqui vamos tentar atingir um público diferente e mostrar que não fazemos só pão e fusilli.”
Basilicata Trattoria
R. Joaquim Antunes, 197, Jardim Paulistano, região oeste, tel. (11) 3897-9660. Seg.: 12h às 15h30. Ter. a sex.: 12h às 15h30 e 19h30 às 22h. Sáb.: 10h às 16h e 19h30 às 22h. Dom.: 10h às 16h. Delivery via iFood. Oferece retirada no local
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