Em comunicado divulgado na tarde de quinta-feira (28), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), manifestou inconformismo contra o Plano São Paulo.
Anunciado pelo governador João Doria (PSDB) na quarta-feira (27), o plano prevê a reabertura do estado em cinco fases. A nova fase da quarentena deve começar a partir do dia 1º de junho, a próxima segunda, e dependerá dos índices de cada região. As áreas autorizadas só poderão reabrir após decisão dos prefeitos.
De acordo com o plano, a reabertura do comércio na capital está liberada, mas nas cidades da região metropolitana, não.
Com isso, seria permitida abertura de mais tipos de negócios, inclusive comércio de rua e shoppings, desde que guardadas algumas restrições, como limitação de horário. Apesar da liberação, o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), destacou que nenhum estabelecimento está apto para voltar ao funcionamento na próxima segunda (1º).
Segundo o projeto de reabertura proposto por Doria, bares e restaurantes estão na fase 3, com previsão para voltar a funcionar em julho.
A Abrasel afirma que "participou da elaboração do detalhado protocolo de reabertura, e também elaborou manual com informações específicas do setor, incluindo orientações voltadas aos restaurantes por quilo/bufê, de forma rigorosa conforme orientações de profissionais da saúde, nutrição e outros".
O setor, que é um dos mais prejudicados pelo fechamento dos salões, tem condições de preservar a segurança de clientes, "tanto ou mais, que outras atividades do comércio".
Segundo os dados fornecidos pela associação, cerca de 20% do setor quebrou no estado de São Paulo: foram afetados cerca de 50 mil estabelecimentos, 100 mil pequenos empresários e mais de 300 mil funcionários. "É certo que até a fase 3, esses números poderão duplicar."
"Se fechar apenas o mesmo número atingido até agora, durante o mês de junho, fecharão em média 1.650 estabelecimentos por dia, com 3.300 pequenos empresários e 9.900 trabalhadores perderão seus empregos. Por hora estarão fechando 64 estabelecimentos, atingindo 128 empresários e 386 trabalhadores, uma situação apocalíptica."
Entre os endereços que encerram as atividades na capital paulista após o início da quarentena, estão casas como o Pasv, La Frontera, Mandíbula, Cateto, Capivara e Itamarati.
Muitos dos estabelecimentos que optaram por manter a operação tiveram que adaptar menus para oferecer delivery ou retirada no local —até endereços da alta gastronomia, como Fasano ou o novato Presidént, do chef Erick Jacquin.
Mesmo assim, o delivery é encarado como medida para amenizar o impacto do fechamento dos salões. E muitos endereços não adotaram a prática: 50% dos restaurantes e mais de 80% dos bares não o adotaram, e os que estão trabalhando com entrega, não faturam 20% dos custos, diz a associação, que ainda afirma que o governo estadual não fez concessões eficientes ao setor.
A entidade destaca, ainda, que apoiou a política de isolamento, fez campanha para que as pessoas ficassem em casa, comprometeu-se a observar protocolos de segurança para a reabertura.
Por fim, a associação ressalta que "não está pleiteando qualquer tipo de reabertura, mas a que permite reabrir as portas com garantia de segurança e proteção de trabalhadores e clientes".
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