Alex Atala indica bons restaurantes fora da rota para comer em São Paulo

Chef estreia reality show de gastronomia sobre casas em lugares alternativos da cidade

São Paulo

Um dos chefs mais premiados do Brasil, Alex Atala dá início nesta segunda-feira (5) à carreira de apresentador. Ele está à frente do reality show gastronômico "Fora da Rota", competição que foi gravada antes da pandemia e que apresenta restaurantes localizados em rotas alternativas de São Paulo.

A cada episódio, Atala se encontra com um chef convidado —entre eles, Renata Vanzetto, Checho Gonzales, Paulo Shin e Manuelle Ferraz. Juntos, conhecem dois estabelecimentos e elegem um vencedor. O vencedor final vai comandar a cozinha do Portinha Stella Artois, espaço patrocinado pela marca de cerveja que funcionará na cidade por tempo limitado.

"Como toda cidade cosmopolita, São Paulo guarda lugares incríveis e surpreendentes para quem tem a curiosidade e a vontade de ir além dos roteiros tradicionais", diz Atala. "Pelas ruas da cidade, encontramos ótimos restaurantes, que vão muito além de boa comida."

O chef, à convite do Guia, indica abaixo bons restaurantes para conhecer em São Paulo, todos participantes do programa, que vai ao ar no Globoplay e no canal do YouTube da marca de cerveja.

*

O Mirandês

O restaurante de cozinha portuguesa fica no bairro de Santa Cecília e é tocado por pai e filho. Quem está na cozinha é o Vitor Manuel Ferreira Pires, que nasceu em Miranda do Douro, no norte de Portugal. A história dele é muito interessante: ele veio para cá e se casou com uma brasileira, que se rendeu aos seus dotes na cozinha. Era ele quem cozinhava dentro de casa —quase sempre pratos portugueses.

Em 2019, ele e o filho abriram, juntos, o restaurante. Das comidas deliciosas que experimentei por lá, indico clássicos portugueses como o bolinho de bacalhau português e a alheira transmontana defumada —os dois muito bem servidos e bons para compartilhar— e o bacalhau à brás (bacalhau desfiado, batata frita com azeitonas, alho, salsinha, páprica defumada e ovo).

R. Canuto do Val, 216, Vila Buarque, região central, tel. (11) 3661-8538. Ter. a sex.: 12h às 15h e 18h às 22h. Sáb.: 12h às 16h e 18h às 22h. Dom.: 12h às 18h. Pedidos via WhatsApp (11) 96408-5642 ou Instagram: @omirandes

Bolinho de bacalhau e gim-tônica de amora do bar O Mirandês
Bolinho de bacalhau e gim-tônica de amora do bar O Mirandês - Leonardo Sanchez/Folhapress


Casa de Ieda

O nome desse restaurante diz tudo, porque você realmente se sente em casa. A Ieda tem uma energia maravilhosa e recebe cada cliente como se fosse seu convidado. O nome do restaurante é uma homenagem da chef à sua terra natal, a Chapada Diamantina.

Ieda, que leva sua terra no coração, tem uma relação muito íntima com os ingredientes, em especial com tudo o que é natural, já que a sua família plantava e colhia o próprio alimento. Os pratos têm cor, textura, ingredientes bem brasileiros e regionais, tudo orgânico e sem conservantes.

Comece com o bolinho de pirão de queijo coalho recheado com carne de sol artesanal, uma entrada que acompanha molho de coco fermentado. De prato principal, escolha o arroz de garimpeiro (arroz vermelho, carne de sol, linguiça, bacon e legumes da terra), acompanhado de cuscuz de milho orgânico. Para fechar, uma sobremesa bem gostosa: a manuê —uma massa de farinha de mandioca fresca, leite de coco e manteiga finalizada na folha de bananeira, que acompanha calda de melancia coalhada com licor de girame.

R. Ferreira de Araújo, 841, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 4323-9158. Delivery ou retirada: qui. e sex.: 12h30 às 14h30. Sáb.: 12h30 às 15h. Pedidos via WhatsApp (11) 97712-0924 ou Instagram: @casadeieda

Restaurante Casa da Ieda, localizado em Pinheiros, especializado em comidas da Chapada da Diamantina (BA).
Restaurante Casa da Ieda, localizado em Pinheiros, especializado em comidas da Chapada da Diamantina (BA). - Eduardo Knapp/Folhapress


Tiquim
O Tiquim é um boteco com pegada de sala e quintal de casa. Não é difícil perceber que a chef Bianca Battesini e sua equipe têm uma relação muito próxima com o bairro. A sensação é que todo mundo ali forma uma família.

Todo o cardápio, inclusive, tem como base memórias afetivas da chef, que aprendeu a cozinhar com a avó e sempre resgata essas referências quando está no comando do fogão. Como entrada, impossível não pedir o bolovo do Tiquim, que é feito com massa de carne de panela desfiada recheada de ovo cozido —lá, esse clássico de boteco ainda leva queijo derretido. Não resisti e acabei pedindo para ir para a cozinha a fim de aprender a fazer essa versão tão saborosa do nosso quitute.

Como prato principal, fui de bife de berinjela, com um toque suave de canela, acompanhado de batata frita rústica. Por fim, maçã do amor do Tiquim, uma torta fria com recheio de maçã e brigadeiro branco, finalizada com canela polvilhada.

R. Cayowaá, 1.301, Perdizes, região oeste, tel. (11) 3582-9743. Seg. e ter.: 11h30 às 15h30. Qua. a sex.: 11h30 às 15h30 e 18h às 22h. Sáb.: 13h às 21h. Dom.: 12h às 20h. Pedidos via WhatsApp (11) 98553-8777 ou iFood. Instagram: @bar_tiquim



Kinboshi
O aspecto mais interessante do Kinboshi é a forma como a sua história foi construída. O chef Fernando Kuroda era lutador de sumô no Japão e, quando veio ao Brasil, trouxe de presente um pouco da cultura de boteco oriental. Por lá, além de comer bem, a gente se diverte com o karaokê.

Detalhes do restaurante Kinboshi na Liberdade do ex-lutador de sumô Fernando Kuroda
Detalhes do restaurante Kinboshi na Liberdade do ex-lutador de sumô Fernando Kuroda - Paulo Pampolin/Hype

No menu, o chef apresenta diversas opções de pratos, aperitivos quentes e um leque de bebidas. Minhas recomendações de aperitivo são o buta no kakuni (costela de porco cozida), a gyutan (língua de boi na brasa com sal e pimenta-do-reino) e o Karaage (frango empanado).

R. Cel. Oscar Porto, 319, Paraíso, região sul, tel. 3637-5387. Atendimento presencial e delivery: seg. a sex.: 11h30 às 14h30 e 19h às 22h. Sáb.: 12h às 15h e 19h às 22h. Pedidos via Rappi ou Instagram: @kinboshikaraoke



Borgo
O Borgo é a prova viva de que cozinha é afeto. Matheus Zanchini, o chef, se inspirou em sua avó, a matriarca italiana que cozinhava para a família toda, e criou esse restaurante incrível. O nome Borgo vem de uma expressão que significa “aquele que presta serviços de comida e bebida”, bem comum em províncias da Itália. Para deixar à vontade, o ambiente do restaurante lembra a sala de casa.

Ele acumulou quinquilharias de antiquários, feirinhas de bairro e montou o ambiente sem a ajuda de arquitetos ou decoradores. E, como se não desse para melhorar, o Matheus dá um toque de aliche em suas criações.

Vale a pena provar as entradinhas aranciovo (bolovo da casa com salsa e parmesão) e a carne cruda (picadinho de filé mignon temperado com sal, pimenta, azeite e limão com pão de queijo e gorgonzola de colher, finalizado com queijo parmesão ralado) e o principal risoni alla raba (orzo com rabada de guarda com burrata rasgada, acompanhada de pangrattato de aliche e caldo da casa).

R. Com. Roberto Ugolini, 129, Parque da Mooca, região leste. Qui. a sáb.: 12h às 16h e 19h às 22h. Dom.: 12h às 16h. É necessário reservar p/ WhatsApp (11) 97574-3213. Delivery via iFood, Goomer ou retirada: qui. a sáb.: 12h às 21h. Dom.: 12h às 17h. Instagram: @borgomooca

Chef Borgo Mooca, que participa do reality show 'Fora de Rota', comandado pelo chef Alex Atala
Chef Borgo Mooca, que participa do reality show 'Fora de Rota', comandado pelo chef Alex Atala
Luiza Fecarotta/Folhapress
Chef Borgo Mooca

Amigo do Rei
O Amigo do Rei é um daqueles lugares que carregam histórias de família, comida boa e aconchego. O restaurante da chef Nasrin foi aberto há mais de duas décadas e ficou por 13 anos em Paraty, no Rio de Janeiro. Em 2011, ela decidiu trazer o espaço para a cidade de São Paulo e passou a receber clientes dentro de sua própria casa, que eles chamam, carinhosamente, de visitas.

Chegando lá, a gente é recebido pela chef Nasrin, sua filha Iramaya e seu marido, Claudio. As pessoas, conhecidas ou não, comem em sua sala de jantar e partilham de uma mesa recheada de delícias persas. No Amigo do Rei, você vai encontrar dois tipos de serviço. De um lado, a experiência completa, com um menu degustação de sete etapas, que inclui aperitivo, duas entradas, dois pratos principais e duas sobremesas. Do outro, o jantar persa, com entrada, prato principal e sobremesa. Neste caso, a chef adapta o cardápio, fazendo dele algo rotativo, com novidades todo mês.

Eu comecei com uma deliciosa soup-e pesteh (sopa de pistache) e um kottket (bolinho de carne com batata acompanhado de iogurte caseiro). Para os principais, kashke bademjan (berinjela com azeite aromático, hortelã, cebola caramelizada e um toque de farinha de nozes) e fessenjam (bolinho de carne frita temperado com chá de açafrão, nozes moídas, canela e extrato de romã, acompanhado por molho da casa e arroz). De sobremesa, o bolinho de pistache e a ranghinack (tâmara envolvida em molho de cereais).

R. das Orquídeas, 612, Vila Clementino, região sul. Delivery p/ WhatsApp (11) 98194-8190. Ter. a dom. Instagram: @amigo_do_rei.

Prato fessenjam do restaurante de culinária persa, Amigo do Rei
Prato fessenjam do restaurante de culinária persa, Amigo do Rei
Kenny Andrade/Folhapress
Prato fessenjam do restaurante de culinária persa, Amigo do Rei


Ama.zo
Em uma casa de 1912, funciona a cozinha comandada pelo chef peruano Enrique Paredes, que deu um jeito de fundir a culinária peruana e os sabores da Amazônia. Mais de cem anos depois da construção da casa, o sócio Márcio Meni, que já conhecia o local, teve a ideia de montar o seu espaço.

A inspiração veio de um bairro peruano chamado Barranco, com uma pegada bem urbana. Lá, experimentei um ceviche melhor que o outro.

Comecei pelo ceviche y pulpo (versão tradicional do ceviche peruano com quinoa preta, polvo frito e ingredientes defumados da casa) e passei para o ceviche Ama.zo (ceviche quente, marinado em molho de pimenta amarela, frito na chapa em folha de palmeira peruana, acompanhado de formigas da Amazônia do Peru e acompanhamentos da casa).

De prato principal, fui de lomo saltado (filé mignon defumado na panela com sal, pimenta preta, molho oriental, molho demi-glace e tomates acompanhados de batatas fritas e coentro). Tudo delicioso.

R. Guaianases, 1.149, Campos Elíseos, região central, tel. (11) 99560-4321. Qui. e sex.:12h às 15h. Sáb. e dom.: 12h às 16h30. É recomendável fazer reserva. Instagram: @amazoperuano

Arroz com frango e ovo frito servido no Ama.zo, novo restaurante peruano no centro de SP
Arroz com frango e ovo frito servido no Ama.zo, restaurante peruano no centro de São Paulo - Divulgação


Bicol
O Bicol é um restaurante que entrega ao cliente uma deliciosa comida coreana unindo tradição e modernidade. Por lá, o chef Gregório Kang –que era estudante de arquitetura e se descobriu na cozinha ao ajudar seu pai e irmão no restaurante— serve o icônico churrasco coreano na mesa, mas diz que o carro-chefe mesmo é o banchan, que são os acompanhamentos de um prato principal, que variam todos os dias.

Você não pode deixar de experimentar o japchae de trufas (macarrão salteado de batata doce sem glúten com cogumelos e trufas), o burgogui (churrasco de contra filé marinado e preparado na hora, acompanhado do banchan de legumes enrolados em folha de alface e gengibre) e o kimchi bokkeumbap (arroz salteado, carne de porco, bacon e legumes finalizados com molho caseiro e queijo). Imperdível.

R. José Getúlio, 422, Liberdade, região central, tel. (11) 3208-4123. Seg. a sex.: 12h às 14h30 e 17h30 às 21h. Sáb. e dom.: 12h às 15h e 17h30 às 21h. Delivery via iFood ou Goomer: seg. a sáb.: 11h45 às 14h15 e 17h30 às 21h15. Dom.: 11h45 às 14h15 e 17h30 às 20h45. Instagram: @bicolrestaurant

Restaurante Koreano Bicol,  na Aclimação
Restaurante Koreano Bicol, na Aclimação - Gabriel Cabral/Folhapress

Fora da Rota
Nesta terça (6), às 22h na Globoplay e YouTube da Stella Artois. Os episódios são semanais até 2 de janeiro, também às 22h.

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais