Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

Restaurante do açougue Feed vai bem nas carnes, mas escorrega nos acompanhamentos

Além de açougue e restaurante, espaço tem empório gourmet

São Paulo

A entrada do Feed, no Itaim, é um aperitivo visual para quem vai almoçar ali. O açougue, ocupação original do local, exibe atraentes cortes de carne (especialmente da raça bonsmara, de origem sul-africana) e itens de empório gourmet.

O restaurante, nos fundos, aberto só no almoço e bem concorrido, tem poucas, mas confortáveis mesas, uma churrasqueira à vista dos clientes e uma figueira que se projeta pelo teto de vidro.

As carnes são bem cuidadas, embora já me tenha cabido uma peça malpassada ainda fria no interior —mais exceção do que regra. E não faz muito meu gênero a costelinha de porco graúda, mas com pouca carne e num caudaloso molho barbecue que lhe oculta o sabor (R$ 35 a R$ 59).

No restaurante Feed, bife de chorizo pode vir com dadinhos de tapioca, pupunha assada na grelha e abobrinha
No restaurante Feed, bife de chorizo pode vir com dadinhos de tapioca, pupunha assada na grelha e abobrinha - Tricia Vieira/Divulgação

Já as peças bovinas atraem o interesse e valem a viagem. A começar pelo que é mais raro: bem maturadas e selecionadas, carnes de dianteiro podem surpreender mesmo na grelha (quando normalmente são mais usadas na panela).

É o caso do “corazón de muracha”, mais suculento que propriamente macio, de sabor intenso —o corte, da paleta, é opção de prato executivo (R$ 59, de segunda a quinta).

Também do dianteiro, retirado do ombro, vem o flat iron, mais fino, de sabor menos marcante, mas com ótima textura.

Sai por R$ 89 e, como os demais cortes, pesa 400 g e dá direito a três acompanhamentos que ainda não animam, entre eles arroz biro-biro, farofa de bacon com ovos e vinagrete de abacaxi muito doce.

Não faltam bife de chorizo, ancho, fraldinha. Quando disponíveis, pode-se provar um corte maturado a seco (dry-aged) de 30 dias (pouco tempo para trazer sabor que justifique o preço, R$ 199) ou o chorizo de wagyu (que, se for como manda o figurino, com muita gordura e pouca textura, não sei por que valeria R$ 249).

Na sobremesa, oferece um correto cheesecake (a calda do dia, de maracujá, passou no teste; R$ 21). Pouca oferta de vinhos, mas há mais garrafas na loja. Já a caipirinha não tem saída, a fraca Sagatiba é a única cachaça.

Avaliação: bom
R. Dr. Mário Ferraz, 547, Itaim Bibi, região oeste, tel. 5627-4700. 36 lugares. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb.: 12h às 16h.

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