Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

Fuego Celeste Parrilla traz cortes típicos do Uruguai e ignora pontos de cocção daqui

Casa de carnes tem comida despretensiosa e clima familiar

São Paulo

Fuego Celeste Parrilla

Adoro restaurantes de bairro, onde se vai a pé e onde a comida, despretensiosa, vira familiar. É com este espírito que moradores da Vila Mariana podem ser felizes na Fuego Celeste.

Inaugurada há seis meses por uruguaios radicados em São Paulo, a casa é lugar simples com serviço meio afoito em dias de mais movimento.

Mas os habitués logo começam a conhecer a brigada e os proprietários, e é assim que funciona num restaurante de bairro.

É difícil competir com as melhores e muito boas churrascarias da cidade, mas o improviso e o padrão mais modesto são compensados pelo preço, também mais contido.

Ambiente da Fuego Celeste Parrilla, na Vila Mariana - Alberto Rocha/Folhapress

A parrilla, cercada por simpático balcão no fundo do restaurante, é bem autêntica. Tem no centro o queimador alimentado por lenha e pequena dose de carvão, e as brasas que despencam, arrastadas, alimentam a grelha ao lado.

Os cortes são poucos (o que não é defeito). Não há filé nem picanha (uma qualidade, especialmente numa casa uruguaia), mas há cortes mais típicos: assado de tira (costela cortada na transversal, R$ 45), ojo de bife ancho (R$ 56), bife de chorizo (R$ 54) e vacío (fraldinha, R$ 59).

Os carnívoros paulistanos sofrerão com o ponto das carnes: como no Uruguai (e na Argentina), o “malpassado” é no máximo ao ponto. É ótimo que respeitem a tradição deles, mas poderiam também oferecer opções de cocção à brasileira.

Como concessão aos locais, há acompanhamentos como arroz e farofinha na manteiga, mas, também, claro, batata na brasa (com molho de gorgonzola e creme de leite, ou de creme de leite com champignon e presunto, R$ 16) e cebola assada (R$ 9).

Antes, claro, é preciso começar com empanadas (de massa meio grossa, mas uma delas com gostoso recheio de queijo e cebola caramelizada, R$ 10,90). Também há molleja (timo, R$ 19), chinchulin (intestino, R$ 18), e, para os menos aventureiros, matambrito suíno na brasa (capa de costela com chimichurri) —que, no caso, como se deve, vem ao ponto mesmo (R$ 24).

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais