Caminhar pela rua Thomaz Gonzaga, na Liberdade, é uma alegria: tem restaurante oriental de tudo que é sorte. Há alguns meses, instalou-se ali, aliás, um representante de lamen, receita de origem chinesa que se popularizou no Japão.
Pois no Ikkousha, rede japonesa com mais de 60 unidades no mundo, esse modelo (caldo quente e macarrão) ganha como base um fundo gelatinoso e denso feito a partir da cocção lenta dos ossos do porco.
Batizado tonkotsu, o caldo pode ser temperado com mais ou menos potência. O de shoyu, por exemplo, combina molho de soja e caldo de frutos do mar e recebe uma massa fina e delicada, que pode ser servida em três pontos, respeitados à risca: mole, normal ou al dente.
Resulta mais suave e menos gorduroso se comparado ao de missô, pasta de soja fermentada. Cremoso e encorpado, esse último recebe uma massa mais espessa para sustentá-lo com equilíbrio —mais firme e elástica e menos molenga, no entanto, se sairia melhor.
Ambos podem ser complementados com ovos cozidos (de gema cremosa) e fatias finas de copa lombo, um rico e saboroso corte do pescoço do porco.
Tem sabor intenso e cor avermelhada, vibrante, a versão com molho caseiro de pimenta, oferecido em quatro graus de picância. Atenção: o mais brando já tem potência provocativa.
A base do tan tan tonkotsu, com carne moída e acelga chinesa fresca, que lhe dá crocância e leveza, recebe óleo de gergelim e tem uma picância mais discreta.
E, bem, fique à vontade para chupar os fios de macarrão, a fazer barulho, inclusive. Os lamens, cujas versões variam de R$ 18 a R$ 39, atraem gente de fora do bairro, que geralmente se dispõe a esperar na calçada por um lugar —a rotatividade é alta e o serviço, caloroso.
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