Novamente o uso do fogo intenso é a proposta de mais um restaurante —o Côl, dedicado aos frutos do mar. Os proprietários são os mesmos do japonês Oguru, e o nome remete à pronúncia de “carvão” (coal) em inglês.
E é o carvão que alimenta as duas grelhas na cozinha envidraçada do térreo —este funciona mais como lounge; o salão com as mesas fica no andar de cima. Tudo muito claro, vazado para a rua, suportado por estruturas de madeira e metal.
Há uma inspiração japonesa em parte do cardápio, reservada aos espetinhos (robatas). Servidos apenas à noite, são o melhor da casa. Os de legumes, como o de abobrinha, são crocantes —este, como o de perninhas de lula, leva tarê (o encorpado molho agridoce, R$ 10 e R$ 18, respectivamente). Outros são condimentados com missô (pasta de soja fermentada), como o de anchova negra, bem suculento (R$ 18). Fora do registro japonês, o espetinho de camarão tem molho thai e gengibre (R$ 28).
No restante do menu, perde-se a influência oriental, e o peso. Há itens dispensáveis, como tartar do insípido saint peter (com maçã verde, erva-doce e chips de batata-doce roxa, R$ 32); mas também um mais apetitoso carpaccio de polvo (ao vinagrete de framboesa, minicebola roxa, páprica picante e mix de brotos, R$ 48).
Os pratos quentes não são bem solucionados. Entre os melhores está o polvo grelhado com pupunha assada finalizada também na grelha a carvão, com manteiga de ervas e farofa de limão (R$ 96).
Também descomplicado, mas grosseiramente apresentado, o peixe do dia na grelha leva minicenoura, minimilho (assim diz o cardápio, mas eram todos bem grandes), batata, cebola e pimentão grelhados, com molho de vinho branco e um creme de couve-flor sem nenhuma substância (R$ 69).
Além dos pescados, da grelha também saem um peito de pato (R$ 76) e um bife ancho (R$ 89). Na sobremesa, a torta de chocolate belga 70% é muito compacta, poderia ser mais delicada; vem com calda de frutas vermelhas e sorvete de iogurte (R$ 26).
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