Conheça o Gatcha, primeiro 'cat café' onde gatos para adoção ficam soltos e sobem no colo

Sete bichanos moram no espaço em SP, mas é preciso pagar ingresso para brincar com eles

Gato morador do Gatcha, café temático de gatos em São Paulo

Gato morador do Gatcha, café temático de gatos em São Paulo Gabriel Cabral/Folhapress

São Paulo

Há quem diga que o mundo se divide entre aqueles que desprezam os gatos e os que adoram esses bichos. Para essa segunda parcela da população, São Paulo ganha agora um novo café, onde sete bichanos perambulam soltos, sobem no colo de clientes, recebem afagos —e, sim, alguns podem ser adotados.

No segundo andar da galeria Metrópole, no centro da capital, o Gatcha abre as portas neste sábado, dia 18, como o primeiro café de gatos paulistano —ou "cat café", como o pessoal gosta de falar nas redes sociais.

Apesar de ter se tornado popular no Japão, o conceito do café de gatos foi criado em Taiwan, em 1998. Foram 24 anos até a moda chegar a São Paulo. "Eu estava desde 2016 esperando um milionário abrir um negócio desses aqui", conta Lucas Rosa, 31. "Até que no começo deste ano me deu um clique e percebi que esse milionário não iria aparecer e que eu mesmo poderia pegar o que tinha de dinheiro e montar o projeto."

No novo local, Rosa combina duas de suas paixões: gatos e matchá, o chá-verde em pó feito a partir das folhas mais jovens da planta Camellia sinensis. Adorado pelos japoneses, o ingrediente tem sabor amargo, cor verde vibrante e é usado como base para a produção de bebidas quentes, geladas, doces e drinques.

Homem posa sentado exibindo dois gatos, um em cada braço
Lucas Rosa, proprietário do Gatcha, na galeria Metrópole - Gabriel Cabral/Folhapress

Por isso, mesmo que traga "café" no nome, o Gatcha está mais para uma casa de chás. "Não é para ser como o Starbucks, onde a pessoa pega o café e sai correndo com a bebida na rua", diz Rosa. Daí, a escolha da localização: a galeria Metrópole.

Ícone da arquitetura moderna na cidade, o complexo inaugurado nos anos 1960 tem suas lojas concentradas entre a praça Dom José Gaspar e a rua Basílio da Gama, sem saída. "É um lugar em que não se ouve barulho de carro, há um jardim e até passarinhos", fala.

A pequenina loja que passa a abrigar o Gatcha é dividida em dois pavimentos. No primeiro, ficam o balcão e as mesas para o público. Já o mezanino é a casa dos gatos —que, sim, vão morar lá.

O tom verde da erva é o mesmo que dá cor às paredes, decoradas com neons, ilustrações de temática felina e outras fofurices de gatinhos. No balcão, o público pode pedir o matchá —servido em versão quente ou gelada (R$ 9), com leite (R$ 12) ou versão vegetal (R$ 15). Também há café —expresso (R$ 5), duplo (R$ 6) ou macchiato (R$ 8).

Para acompanhar, o menu traz docinhos como bombons (R$ 4) e macarons (R$ 7), além de outros itens especiais que devem aparecer eventualmente. "Sempre vamos servir alguma coisa diferente."

O ingrediente-estrela da casa também dá as caras no cookie (R$ 13) e no greenie, um brownie feito com matchá (R$ 11). Já o doce original, feito com chocolate, tem pedaço que custa R$ 10.

Bom, mas e os gatos? Devido às normas sanitárias brasileiras, os bichanos ficam soltos, mas em uma área separada de onde são servidos os alimentos. Para acessar o espaço, o visitante deve pagar uma taxa, cobrada de acordo com o tempo —paga-se R$ 15 por 15 minutos com os felinos ou R$ 65 por dia. Mas tudo depende da fila de espera. "Quero que todos tenham a oportunidade de conhecê-los."

Há, ainda, uma série de regras a cumprir, como guardar os sapatos, higienizar bem as mãos, ter cuidado com o volume da voz. Afinal, ali é a casa dos bichos. Com mobiliário cheio de prateleiras, brinquedos e arranhadores, até a entrada do banheiro tem uma passagem especial para os gatos —um buraco na porta e outro na parede; já para os humanos, há a boa e velha maçaneta.

Também não será permitido comer onde estão os animais, que podem ser alimentados com petiscos. Mas dá para tomar um chá e até trabalhar por ali, já que há wi-fi no local.

Dos sete felinos que habitam o Gatcha, dois são de Rosa: o Figo e Mochi. Os outros cinco ficam disponíveis para adoção, em uma parceria feita entre a loja e a ONG Abrigo São Gabriel. "Mas todos eles estão sob a minha guarda agora", diz o proprietário da casa.

Já os pets dos visitantes são bem-vindos, mas só até a porta. Nem na parte de baixo eles podem entrar. "É uma questão de controle de vacinação e para evitar brigas." Mas os animais que forem ao café serão recebidos com água e petiscos cortesia. "A galeria Metrópole é ótima para passear com eles", diz o gateiro.

Gato morador do Gatcha, novo café no centro de São Paulo
Gato morador do Gatcha, novo café no centro de São Paulo - Gabriel Cabral/Folhapress

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