Dona da pizzaria Bráz e outras dez marcas que se espalharam por São Paulo, a Cia. Tradicional de Comércio abre na quinta (20), na avenida Paulista, uma operação de 300 lugares que reúne o restaurante Bráz Trattoria e os bares Astor e SubAstor. A chegada ao local aproxima o grupo do início de sua história de quase 30 anos, que começou com o bar Original, em 1996.
O novo endereço, instalado em um salão de 250 m² sem divisórias entre os ambientes, é vizinho ao Spot, restaurante de quase três décadas que fica em frente a uma praça dentro de um conjunto comercial, raro espaço a céu aberto na região. O que poderia ser concorrência pode se tornar motivo de mais clientela, dizem os empresários.
"Fomos visitar o imóvel e achamos incrível. Encontramos o Sérgio [Kalil, dono do Spot] e ele achou que seria ótimo se fosse a gente a ocupar o espaço. É o conceito de uma rua gastronômica", diz Ricardo Garrido, sócio da Cia. Tradicional de Comércio.
O grupo sempre rondou as proximidades da avenida Paulista, local em que se misturam memórias da cidade e dos sócios. Mas o ponto, é claro, também se destaca pelo grande movimento aos finais de semana, tanto de paulistanos quanto de turistas, além do vaivém de executivos que trabalham nos prédios ao longo da avenida.
As novas casas vão ocupar o espaço em que funcionava uma agência bancária, no térreo de um prédio que até então não podia comportar negócios ligados à alimentação. As áreas de cozinha e bar foram construídas do zero, numa reforma que durou oito meses.
"Faltava um restaurante italiano e um lugar para tomar drinques, com o fechamento do Frank [bar do extinto Maksoud Plaza]", diz Edgard Costa, sócio. Isso guiou a escolha das casas que iriam ocupar o imóvel —dentre as 11 que estão no portfólio do grupo, que incluem o bar Pirajá, a Lanchonete da Cidade e o ICI Brasserie.
O lado italiano veio pela Bráz Trattoria, a primeira da capital paulista, que oferece as conhecidas pizzas da Bráz, panini com massa de fermentação longa e receitas de massas. Entre elas, há carbonara (R$ 72), espaguete ao pesto e burrata (R$ 78) e a lasanha à Bráz (R$ 69), feita com abobrinha, queijo cremoso, molho de tomate e parmesão.
Bráz Trattoria e Astor ocupam o mesmo ambiente, mas não são separados por divisórias. É a decoração que distingue os espaços, e o grande balcão de madeira com tampo de mármore deixa claro que à esquerda fica o território do bar.
Conhecido pelo jeito de boteco chique, o Astor nasceu em 2001 na Vila Madalena e tem hoje unidades no shopping JK Iguatemi e na Oscar Freire. Chope (R$13) e drinques como caju amigo (R$ 44) são fortes no cardápio, que tem entre os comes opções como filé à Oswaldo Aranha (R$ 106) e o picadinho (R$ 87).
Novidade no endereço da avenida Paulista será um carrinho em que serão preparados coquetéis em frente aos clientes que estiverem sentados no salão e entre os 60 lugares da área externa da casa —a fachada, de 30 metros, dá de frente para a pracinha e a fonte, iluminada à noite.
O SubAstor, pioneiro entre os bares escondidos que se alastraram pela cidade, fica no mezanino, ao contrário das outras unidades localizadas em subsolos —uma delas, abaixo do Astor e, outra, no subterrâneo do prédio do Farol Santander.
Acessível por uma escada revestida por uma cortina vermelha, o bar serve coquetéis autorais, que nasceram de uma pesquisa de ingredientes de biomas brasileiros —um movimento comum entre restaurantes, ainda não popularizado entre bares. Itens como cupuaçu, mastruz e mucilagem de cacau já fizeram parte da carta da casa.
A ideia de abrir três casas no mesmo espaço foi pensada para que o visitante pudesse circular entre elas. Isso significa cativar quem veio comer pizza ou massa, mas que vê com bons olhos a possibilidade de tomar um drinque. Ou até alongar a noitada no SubAstor, com a proposta de funcionar até o último cliente.
O grupo não descarta a possibilidade de começar a servir, naquele espaço, café da manhã, aproveitando a onda de novos brunches e o movimento do fim de semana na região.
Foi justamente a avenida Paulista que ajudou a dar início à história do grupo: a marquise do Masp servia como ponto em que alguns dos sócios se encontravam, de bicicleta, para tomar chope no antigo bar Léo. Pouco depois, surgiu a ideia de abrir o Original, bar conhecido por servir essa bebida. Hoje, acumulam 46 operações, 40 na capital de São Paulo. As bicicletas, dizem os sócios, continuaram novas.
Astor, Bráz e SubAstor
Al. Ministro Rocha Azevedo, 72. Astor e Bráz. Seg., das 11h30 às 15h e das 17h às 23h; ter. e quar., das 11h30 às 15h e das 17h às 24h; qui., das 11h30 às 15h e das 17h à 1h; sex., das 11h30 à 1h; sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h às 22h. SubAstor. Quar., das 17h30 às 24h; qui, das 17h30 à 1h; sex. e sáb., das 18h até o último cliente.
23h00
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