Além do sol com temperatura amena, que contrastou com os dias gelados da semana passada, o Taste SP deste sábado (1º) trouxe como novidade aulas de chefs com foco na herança cultural de cada um e restaurantes que ainda não tinham entrado no circuito do evento.
A chef pernambucana Dona Carmem Virgínia, do Altar Cozinha Ancestral, abriu a sessão, às 13h30, no espaço dedicado a pratos preparados na brasa. Pela primeira vez no festival, ela ensinou arroz de polvo.
O prato foi o primeiro que Virgínia preparou em seu programa Uma Senhora Panela, no GNT. A receita trazida para São Paulo foi similar à da TV, com diferença da panela. Aqui usou uma de ferro; em Recife, onde grava o programa, costuma utilizar uma de barro.
Enquanto fritava alho, cebola e arroz, a chef explicou por que chama o seu restaurante de Cozinha Ancestral. O termo, que passou por um imbróglio de uso de marca, aparece no nome do Altar na matriz no Nordeste, aberta há dez anos, e na filial paulista, que fez um ano em 2024.
É uma forma de destacar a herança africana, disse aos alunos. Muito do que ela prepara em seus pratos vem do que aprendeu a avó.
Na panela do Taste, a chef misturou vinho tinto, tomate pelado e caldo com temperos próprios. O polvo, cozido na pressão com especiarias como louro e canela, foi à brasa antes de ser cortado em pequenas fatias e colocado sobre o arroz.
Outra sessão concorrida foi a do chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó. Ele foi escalado para ensinar sobre tapioca e cocada às 18h. Cinco horas antes, o público já perguntava à organização se já era possível deixar o nome da lista —só dava para agendar a aula meia hora antes do seu início.
Fora das aulas ao ar livre, também aconteceram demonstrações de gastronomia. Na tenda do restaurante japonês Aizomê, adornado com balões vermelhos e camisetas com desenhos de peixes, a chef Telma Shiraishi comandou a cerimônia de abertura de um atum de 70 kg, usado como ingrediente neste fim de semana no Taste.
Foram necessárias três pessoas para carregar o maguro, nome japonês a esse tipo de peixe. "É uma tradição do Japão cortar o atum inteiro na frente de uma plateia como forma de abrir os eventos", diz a chef, enquanto sua equipe utilizava diferentes facas e um martelo para fatiar o peixe, capturado na costa do Rio Grande do Norte.
O peixe foi usado para preparar o tekkadon (R$ 55), um arroz com algas e ovas e o chumaki (R$ 55), um combinado de sushis recheados com atum, pepino e nabo em conserva. Outras partes, como a cabeça, não são descartadas, mas viram ingrediente de sopas ou são preparadas na grelha.
Uma das novidades do dia foi o Mapu, restaurante de comida taiwanesa dos mesmos donos do Aiô, que entrou na seleção oficial de restaurantes publicada pelo guia Michelin no final de maio.
Sucesso de vendas, o mini bao de bolo de nabo (R$ 45 duas unidades), um pãozinho feito no vapor, levava recheio do vegetal com molho de ostra e maionese. Pelo mesmo preço, saía outra versão do prato, com carne de porco desfiada e farofa de amendoim.
Para o Taste, o Mapu trouxe um prato exclusivo, o ji rou fan (R$ 30). É um arroz coberto por frango desfiado, cebola, picles de pepino e coentro.
O evento continua no domingo (2) e na próxima semana. A Folha, parceira da organização, dá aos seus assinantes 20% de desconto no ingresso. O jornal também tem um estande de atividades e brindes.
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