Conheça o Mico, novo restaurante da chef Renata Vanzetto em SP, com toques mediterrâneos

Endereço é o nono empreendimento da cozinheira, que domina quadra na região dos Jardins

São Paulo

Existe um novo assunto entre o pessoal descolado das redes sociais e quem gosta de sair para comer em São Paulo. Na verdade, não é algo tão inédito assim —a chef Renata Vanzetto abriu um novo restaurante, o nono empreendimento sob seu comando.

Aberto para o público desde terça, dia 29, o endereço de inspiração mediterrânea já tem mesas cheias, mesmo estando escondido na sobreloja de outro restaurante Vanzetto, o Mi.Ado, na região dos Jardins, na zona oeste paulistana.

Pratos servidos no restaurante Mico, nova casa da chef Renata Vanzetto, nos Jardins
Pratos servidos no restaurante Mico, nova casa da chef Renata Vanzetto - Rubens Kato/Divulgação

O burburinho surge também porque a cozinheira tem apenas 33 anos —e uma série de pequenas obsessões.

É o caso da letra "M" e de uma quadra da rua Bela Cintra, que concentra a maior parte dos seus negócios. O novato Mico ocupa a sobreloja do asiático Mi.Ado, que divide parede com a matriz da lanchonete Matilda. Esta, por sua vez, é vizinha do imóvel que abriga o autoral Ema, o bar MeGusta e a taberna . Do outro lado da via, está o afetivo Muquifo –que, em breve, irá migrar para a mesma calçada do resto da família. Por fim, ainda há o Buffet Vanzetto, também nos Jardins, e o Pescadora, em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Já o Marakuthai, a casa de inspiração tailandesa que marcou sua estreia na gastronomia, foi adquirida há dois anos pelo grupo baiano Ergo.

"A minha ideia é que a pessoa venha um dia jantar no Matilda e, na semana seguinte, vá ao Ema, que tem uma proposta totalmente oposta", diz ela em entrevista ao telefone, enquanto cortava o cabelo em um salão. "É uma coisa democrática. No Ema você gasta uns R$ 300, mas o Matilda tem lanches de R$ 30. O meu lance é justamente abrir uma coisa totalmente diferente da outra."

Muito ativa nas redes sociais e com quase 165 mil seguidores no Instagram, Vanzetto faz parte da leva de chefs com um pezinho na carreira de influencer.

"Durante o começo da pandemia, estava isolada na praia com meus filhos e comecei a cozinhar quase que compulsivamente. Meu marido, então, deu a ideia de filmar os preparos e publicar no Instagram." Os vídeos com receitas deram tão certo que hoje chegam a render mais dinheiro do que os próprios empreendimentos, confessa ela. "Mas eu ainda dou muito mais atenção para os meus restaurantes, porque é o que eu amo. Não tem jeito."

Quem segue Vanzetto nas redes deve ter notado que pastinhas, vegetais, grãos, azeite e frutos do mar estavam entre os ingredientes mais usados ultimamente. É daí que nasce o Mico, encarnação das atuais obsessões gastronômicas da chef. "Queria abrir um lugar que também funcionasse bem para o delivery. Então pensei em investir em um árabe, que é um dos meus estilos preferidos." O Mico deve chegar ao iFood ainda neste mês.

Durante as pesquisas, que incluíram um curso com um chef sírio, a cozinheira entendeu que a viagem seria mais ampla e que o menu teria também um tempero mediterrâneo, "para não ter muita regra também". Depois, deu seu toque nas receitas tradicionais que marcam a região.

Com isso, surgiram beliscos como os croquetes de baba ghanoush (R$ 38 com quatro unidades), nos quais a pastinha de berinjela é empanada em formato de bolinhos, e versões coloridas do homus. Há o Pink Hommus, em que a pasta de grão-de-bico e tahine é enriquecida com beterraba e finalizada com coalhada seca, hortelã e pistache (R$ 40) e o da Vanzetto, feito com muito coentro (R$ 36). As porções chegam acompanhadas de pão pita quentinho.

Para a etapa principal, o cardápio sugere variações de quibe —o assado tem castanha-de-caju e "muita cebola na manteiga" por R$ 49— e o polvo feito no vinho branco e servido com batatas douradas, que custa R$ 195 e serve duas pessoas. Outra opção para compartilhar é a paleta de cordeiro assada lentamente por horas. Com 1,3 kg, alimenta até quatro pessoas e sai por R$ 350.

Os acompanhamentos são pedidos à parte. Entre as sugestões, há o purê rústico de batatas e cebolas com mostarda de Dijon (R$ 35), as vagens tostadas com molho de tahine e amêndoas (R$ 30) ou o arroz sírio (R$ 25), com cabelinho de anjo e amêndoas

No arremate, há uma tortinha brûlée de tahine (R$ 28), mas também há a Torta Ridícula, cuja receita bombou no perfil da chef e que deve inspirar mais um futuro negócio, o décimo —a Mercearia Ridícula. "Só estou esperando vagar o ponto aqui no quarteirão", brinca. A torta custa R$ 35 e tem recheio de limão-siciliano com merengue e calda de framboesas.

As refeições são servidas em um salão apertadinho, mas confortável, ao qual chega-se depois de atravessar o asiático Mi.Ado e subir um lance de escadas. A decoração combina tons terrosos e verdes para completar a proposta do menu, mas a trilha sonora é de brasilidades e o clima é descontraído o —o slogan da casa, não à toa, é "cozinha mediterrânea sem vergonha".

"Acho que é isso o que conecta todos os meus negócios. Todos são despojados."

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