Itaim Bibi se consolida como a nova fronteira da gastronomia paulistana

Novidades de chefs badalados prometem manter a explosão do bairro nos próximos meses

São Paulo

Em 2022, nenhum bairro em São Paulo viu nascer tantas casas de chefs badalados como o Itaim Bibi. Começou com uma trattoria hipster; ganhou sorveteria lúdica-hispânica, pizzaria ianque, mais italianos e novos japoneses.

A explosão da região, que também serviu de pista de pouso para grifes do Rio de Janeiro e de Lima nos últimos meses, não deve parar por aí. Casas como Mila, Mooi Mooi, Paul's Boutique, Atto, Dhomus, Koon, Yū, Boucherie, Boteco Rainha e Osso aguardam novos vizinhos barulhentos.

A foto mostra o interior de um restaurante com um balcão de bar em primeiro plano
Bar e salão do Mila, novo restaurante do Itaim Bibi - Marcelo Katsuki/Folhapress

A começar pelo Osso. Aberta há um mês, a premiada casa de carnes maturadas importada do Peru já recebeu quase 5.000 pessoas. Ainda no embalo da inauguração, o chef Renzo Garibaldi inaugura um bar nos próximos dias. A previsão é que o local abra as portas no dia 15.

No piso superior do restaurante, o Drunks terá vida independente e servirá para a saideira de quem jantou e ainda não quer voltar para casa, além de oferecer coquetelaria de alto nível e belisquetes à base de carne dry aged até as 3h todas as noites, muitas delas com jazz a partir das 23h.

No mesmo clima, há três meses Claude e Thomás Troisgros trouxeram do Rio de Janeiro a Boucherie, uma casa de grelhados com rodízio de acompanhamentos, lançaram o Bar du Quartier e estão às voltas com um restaurante mediterrâneo —tudo no mesmo complexo, o Le Quartier, que já abriga o Chez Claude desde 2020.

Outro chef migrante do Rio, Pedro Artagão mede o sucesso de seu Boteco Rainha, aberto no fim de maio no Itaim Bibi, em chopes: são cerca de mil copos diários desde a abertura. Com isso, ele apressa a obra do Galeto Rainha.

"Estudamos vários bairros, mas preferimos o Itaim por se assemelhar ao Leblon: é bucólico, tem residência e é um centro financeiro", explica Artagão. "Desembarcamos o Boteco, que era a marca mais frequentada pelos paulistas e, em breve, abriremos o Galeto." Em outras palavras, antes do fim deste ano, galetinhos dourados, empadinhas e vinho da casa marcarão presença na rua Pais de Araújo.

Segundo levantamento da Secovi-SP, o sindicato da habitação, o Itaim Bibi foi o distrito da capital paulista com mais lançamentos residenciais no ano passado, além de ostentar um dos metros quadrados mais caros da cidade. Com isso, a região se afirmou como quintal, inclusive gastronômico, do pessoal que trabalha na Faria Lima —e paladares endinheirados atraíram cozinheiros e empresários da gastronomia.

"Buscávamos um lugar interessante para almoço, porque o modelo já funciona muito bem na Mooca. Queremos trazer a sensação gostosa de estar em casa, de lembrar a cozinha da avó, mesmo estando fora", fala o chef Fellipe Zanuto, que projeta abrir o segundo endereço do Hospedaria, na rua Clodomiro Amazonas, ainda este ano.

Também absorto em cimento, rejuntes e alvarás, o chef Oscar Bosch mal consegue refrescar a cuca com os sorvetes artesanais que prepara com a noiva, Mel Kolanian, desde fevereiro na Mooi Mooi Amazing Ice Creams, na rua Manuel Guedes.

Duas quadras para baixo, na altura do 147 da rua Pais de Araújo, o catalão está prestes a pegar em pá para erguer mais um restaurante espanhol. "Não será Tanit e nem Nit, mas também vai ter arrozes, brasa e um serviço diferenciado à mesa. Se tudo der certo, um rooftop também."

Tássia Magalhães, a chef premiada do Nelita, no Baixo Pinheiros, também está prestes a inaugurar a confeitaria Mag Market, em obras há um semestre, no Itaim. "Pode ser em um ou três meses, estou tranquila", afirma. Ali, além de seu bolo de chocolate, pães de longa fermentação, folhados e tartes de rigoroso —e amanteigado— estilo francês poderão acompanhar um cafezinho ao longo do dia.

À frente de um pequeno império nas redondezas, Rodolfo de Santis abriu o fenômeno Nino Cucina em 2015 na região. Desde então, o italiano turbina o bairro, com outras sete casas e uma dark kitchen. Destas, abriu neste ano o Aquiles Taberna e o Vito Mozzarella Bar.

Para aproveitar a movimentação atual da região, o chef converte neste fim de semana o Vito em uma espécie de café, que começa a funcionar às 8h com menu de brunch, com ovos, toasts e tigelas. Às 18h, entra em cartaz um menu de jantar. Fosse pouco, ele conta inaugurar uma escola para a formação de funcionários ainda este ano. Onde? No Itaim Bibi, é claro.

Conheça as novidades do Itaim Bibi

Aquiles
r. Pedroso Alvarenga, 909


Atto
r. Pais de Araújo, 138


Boteco Rainha
r. Pedroso Alvarenga, 1.181


Dhomus
r. Amauri, 29


Galeto Rainha (em breve)
r. Pais de Araújo, 195


Koon
r. Dr. Mário Ferraz, 441


Le Quartier
r. Prof. Tamandaré Toledo, 25


Mag Market (em breve)
r. Dr. Renato Paes de Barros, 433


Mila
r. Bandeira Paulista, 1.096


Mooi Mooi
r. Manuel Guedes, 249


Osso/Drunks
r. Bandeira Paulista, 520


Vito Mozzarella Bar
r. Pedroso Alvarenga, 828



r. Jerônimo da Veiga, 121

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