Mostra no MAM retoma a marcante individual de 1917 de Anita Malfatti

Em cartaz a partir de terça (7), no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo), a mostra "Anita Malfatti: 100 anos de Arte Moderna" é uma homenagem ao centenário da polêmica exposição de 1917 da pintora Anita Malfatti (1889-1964).

Considerada a primeira mostra modernista realizada no país, a individual foi severamente criticada à época pelo escritor Monteiro Lobato (1882-1948), fato que viria a culminar na realização da Semana de Arte Moderna de 1922.

“Tropical” (1916), pintura de Anita Malfatti
“Tropical” (1916), pintura de Anita Malfatti - Isabella Matheus/Divulgação

Dividida em três núcleos, a exposição reúne cerca de 70 obras, entre desenhos e pinturas, que abrangem diversos momentos da produção da paulistana, inclusive posteriores à mostra de 1917 (dez telas estavam nessa exposição, e oito na Semana de 1922).

A seleção é de Regina Teixeira de Barros, curadora independente e historiadora.

MAM - Av. Pedro Álvares Cabral, portão 3, Parque Ibirapuera, região sul, tel. 5085-1300. Ter. a dom.: 10h às 17h30. Abertura 7/2, às 20h. Até 30/4. Livre. Ingresso: R$ 6. Sábado: grátis. 

“Meu Irmão Alexandre” (1914)
“Meu Irmão Alexandre” (1914), de Anita Malfatti - Leonardo Crescenti/Divulgação

O QUE VER
> A primeira parte é composta de trabalhos elaborados em anos de estudo de Anita na Alemanha, além de retratos e paisagens expressionistas exibidos em 1917 caso de "O Japonês" (1915/16), "Uma Estudante" (1915/16) e "O Farol" (1915). Depois, é a vez das telas de temática nacional, como "Tropical" (1916) e "O Homem de Sete Cores" (1915/16), e de obras realizadas a partir do convívio com os modernistas. Um exemplo é o desenho "O Grupo dos Cinco" (1922), no qual Anita retrata quem estava à frente do movimento modernista no Brasil: ela própria, Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade.

“O Homem de Sete Cores” (1915/16), obra de Anita Malfatti
“O Homem de Sete Cores” (1915/16), obra de Anita Malfatti - Leonardo Crescenti/Divulgação

> Uma fase mais naturalista, resultado dos anos de estudo em Paris, pode ser vista no segundo núcleo. São paisagens europeias, como a pintura "Porto de Mônaco" (1925), e desenhos de nus feitos na década de 1920.

> Por fim, há trabalhos dos anos 1930 e 1940, época na qual Anita pintou retratos de familiares, amigos e membros da elite, além de paisagens interioranas e de obras de temática popular. É o caso de "Trenzinho" (1940) e "O Samba" (1945).

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais