Após o golpe militar na Argentina, León Ferrari começou a recortar reportagens entre os anos 1960 e 1970 em jornais que denunciavam o surgimento de corpos de pessoas tidas como desaparecidas em diferentes regiões do país.
Os pedaços dos periódicos foram reunidos em uma espécie de livro e formam a série “Nós Não Sabíamos”, do artista morto em 2013, que protagoniza uma das três exposições no segundo andar da Pina_Luz que começa neste sábado (26).
A mostra dedicada a Ferrari acontece numa sala do museu e a série “Nunca Más” completa o espaço. Ali, está um conjunto de capas feitas pelo argentino do jornal Página 12, que anexava listas com nomes de pessoas desaparecidas durante os anos da ditadura.
Outra mostra que também abre no sábado é a individual do artista catalão Adrià Julià, que leva a duas salas do museu, além do pátio, obras em diferentes suportes por meio de instalações, cinema, vídeo, fotografia e publicações.
O espanhol acredita que atualmente há uma certa obsessão pela precisão da imagem, a documentação e a cópia perfeita, tópicos refletidos em suas obras.
Uma reunião de gravuras de artistas brasileiros completa a abertura em dose tripla do museu. Foram reunidos nomes com produção entre os anos 1920 a 1950, como Lasar Segall, Oswaldo Goeldi e Renina Katz, que estão no acervo do museu.
Pina_Luz - Pça. da Luz, 2, Bom Retiro, tel. 3324-1000. Seg. e qua. a dom.: 10h às 17h30. Até 16/2. 12 anos. Abertura 26/10. pinacoteca.org.br. Ingr.: R$ 10. Menores de 10, maiores de 60 anos e sáb.: grátis.
Três vezes Pina
León Ferrari
“Primera Carta al Papa” (2007)
O artista rebate mentiras do papa e recorda os princípios da Igreja Católica
Adrià Julià
“A Imagem Excedente”
A videoinstalação fala da história de uma fotografia perdida feita por Hercule Florence (1804-1879)
Gravura e Crítica Social: 1925-1956
“Retirantes”
A gravura de Renina Katz retrata o impacto do êxodo nordestino em direção ao sul do Brasil
Comentários
Ver todos os comentários