Em uma tenda no estilo indígena, ossos recepcionam os visitantes. Lá dentro, o som de uma motosserra ronda o ambiente e a casinha é coberta por cédulas de diferentes países da América do Sul.
Este é “Olvido”, de Cildo Meireles, que critica a história colonial do continente americano. A obra é um dos 150 trabalhos reunidos na exposição “Entrevendo”, que abre para o público na quinta (26), no Sesc Pompeia.
Com obras já apresentadas no MoMA, de Nova York, no Reina Sofía, de Madri, e uma galeria para chamar de sua em Inhotim, Cildo é reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros.
Na mostra, sua produção ocupa cerca de 3.000 m² do Sesc e o recorte inclui quase todos os formatos já utilizados pelo artista, como desenhos, gravuras, instalações e objetos dos anos 1960 até hoje—de acordo com a curadora Julia Rebouças, apenas pinturas não entram.
Um de seus projetos famosos de inserção de objetos no dia a dia, com cédulas carimbadas com frases provocativas como “Por que Celso Daniel foi assassinado?” e “Cadê Amarildo?” também compõem a mostra.
A curadora revela que a obra “Eureka/Blindhotland” é composta por uma instalação e que Cildo promete uma inserção em jornais. Ou seja, em um dia, que ele não revela qual, uma obra, também desconhecida, será impressa e circulará nos noticiários.
Destaques
Mostra conta com instalações interativas que quebram expectativas, confira:
Entrevendo
Na obra que dá o nome à exposição, o visitante passa por um túnel cujo fim é escuro, com dois gelos dentro da boca: um de água doce e outro de água salgada
Eureka
Várias bolas de borracha do mesmo tamanho são dispostas em uma sala. A olho nu, parece que elas têm o mesmo peso. Mas algumas são muito mais pesadas que outras. Uma balança também integra o ambiente.
Sesc Pompeia - área de convivência, galpão e deck - R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. Abertura: qui. (26). Ter. a sáb.: 10h às 21h30. Dom.: 10h às 19h30. Até 2/2. Livre. sescsp.org.br. Grátis
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