Destroços de incêndio em mercado de Salvador viram esculturas em mostra

Galeria Leme A/D recebe mostra com esculturas de Mario Cravo Junior

São Paulo

Pedaços de madeira que sobreviveram ao incêndio no Mercado Modelo de Salvador, em 1984, viraram obras de arte nas mãos do soteropolitano Mario Cravo Júnior.

O material das esculturas imprimem a crença do artista sobre o poder da morte como renascimento e também refletem sobre como o novo devora o antigo.

A partir deste sábado (19), mais de 30 destas esculturas podem ser vistas na mostra “Cabeça de Tempo”, na Galeria Leme/AD —é a primeira montada desde sua morte no ano passado, aos 95 anos e mais de sete décadas de carreira. 

O título remete ao fato de que todas as obras retratam cabeças que flertam com a iconografia africana, já que a maioria representa exus e são muito presentes na produção do artista desde os anos 1960. 

Com peças expostas em duas edições da Bienal de Veneza e diversas participações na Bienal de São Paulo, Cravo Júnior é reconhecido como um dos nomes mais marcantes da escultura brasileira. 

A exposição encerra o ano da Leme/AD que, em 2019, focou em artistas do Norte e Nordeste do país, como o maranhense Thiago Martins Melo, que fez uma espécie de análise sobre a agonia brasileira e o fotógrafo paraense Luiz Braga, que retratou a cultura cabocla. 

Galeria Leme/AD - Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã, tel. 3093-8184. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. Até 21/12. Livre. Abertura sáb. (10), às 14h. galerialeme.com. Grátis. 

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