A Pina Estação inaugura neste sábado (23) "Artur Lescher: Suspensão", retrospectiva de 30 anos da produção do escultor paulistano. Curada por Camila Bechelany, a mostra busca mapear os elementos centrais da poética do artista por meio de cerca de 120 trabalhos.
A mostra ocupa três salas do quarto andar da sede, cada uma com um tema distinto: Narrativas Líquidas, Suspensão, e Engenharia da Memória.
A primeira é pautada pela relação simbólica de Lescher com a água, cujo tempo cíclico, explica a curadora, apaga continuamente o passado. No centro, está a magistral "Rio Máquina" (2009), sistema de cilindros de aço que imita uma cachoeira.
A segunda, Suspensão, afronta a gravidade ao exibir um conjunto de quase 30 pêndulos produzidos entre 1998 —data do primeiro idealizado pelo artista, de madeira— e 2018, os últimos com cabos de aço e linhas de pesca.
Já a terceira e última sala discute a memória das formas arquitetônicas. É o caso de "Nostalgia do Engenheiro" (2014/2019), instalação formada por dezessete objetos sobre uma base inspirada nas pinturas de Giorgio de Chirico, e "Sem Título #02" da série "Casa" (1998/2019), um bloco de madeira erguido por fios.
Para Lescher, tirar as peças do chão permite lançar sobre elas um novo olhar, distanciando os materiais de seus sentidos e funções usuais. "Cria um lugar intermediário, um hiato", diz o artista.
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