As redes de dormir têm uma longa tradição na cultura e na iconografia do país: datam do século 16 algumas das primeiras imagens em que elas aparecem nas Américas. Essa história, assim como o impacto do objeto na formação da identidade brasileira, são abordados em “Vaivém”, exposição que o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) inaugura na quarta (22).
Reunindo mais de 300 obras, de documentos coloniais a performances contemporâneas, a mostra com curadoria de Raphael Fonseca ainda exibe trabalhos de 32 artistas indígenas especialmente comissionados para a exposição, como Arissana Pataxó e Jaider Esbell.
Ocupando cinco andares do centro cultural, ela busca desconstruir o lugar que as redes ocupam no senso comum, associado à preguiça, à vadiagem e à tropicalidade.
Nesse sentido, Fonseca cita obras como a instalação “Cântico Guarani”, de Armando Queiroz, em que redes negras recolhidas pendem do teto do cofre do CCBB, ou “Berço com Crânios”, de Tunga, que pensa a rede como símbolo da morte.
“A rede é sim o lugar do prazer, mas ela é também o berço esplêndido da violência colonial”, afirma o curador.
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