Sujeito, verbo, predicado. As estruturas sintáticas tradicionais não são o suficiente para explicar os textos que compõem “História da Poesia Visual Brasileira”, que o Sesc Bom Retiro inaugura nesta quinta (30).
Isso porque, nas cerca de 200 obras do acervo do artista Paulo Bruscky ali reunidas, as palavras funcionam sobretudo como matéria-prima para a criação de imagens e sons em uma variedade de suportes.
Entre os destaques da exposição, organizada por Bruscky em parceria com o filho, Yuri Bruscky, e o crítico e curador Adolfo Montejo Navas, estão alguns dos primeiros exemplares da poesia de vanguarda do país, como versos de Gregório de Matos (o Boca do Inferno) do século 17, e as contribuições do pintor pernambucano Vicente do Rego Monteiro e do carioca Wlademir Dias-Pino para o começo da poesia visual brasileira.
Além deles, também estão presentes criações do movimento concretista, inaugurado nos anos 1950 por Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari, e de outros grupos da época, como o paulista Poesia Práxis e o Poema/Processo, situado no Rio de Janeiro e em Natal.
Ainda peças de autores icônicos como Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade tem vez na seleção, com o poema-carimbo "Miramar" e a poesia "Isso é Aquilo", respectivamente.
Toda a exposição é permeada por um amplo material documental, como fotos, cartazes, revistas e cartas. No percurso, os visitantes são guiados por uma linha do tempo, que revela a trajetória do gênero no Brasil.
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