"Criação do mundo" em colagens de Max Ernst ocupa o Masp

As colagens do alemão Max Ernst que o Masp traz ao público paulistano ficaram mais de 70 anos sem ser vistas. Quando foram exibidas em Madri (Espanha), em 1936, no Museo Nacional de Arte Moderna, o visitante não entendeu a estranheza das imagens que misturavam cabeças de animais em corpos de homens. Depois disso, a série "Uma Semana de Bondade" foi adquirida por um colecionador e ficou engavetada.

Crédito: Divulgação
Uma das ilustrações da série "A Corte do Dragão", que está na mostra do artista alemão

A partir desta sexta-feira (23), o museu apresenta as 184 peças originais de Ernst, criadas como uma novela e divididas de acordo com os dias da semana --a mostra é a mais importante do Masp neste ano.

É como se o artista ilustrasse a criação do mundo com toques de ironia e doses de sarcasmo. As 35 colagens com o nome de "O Leão de Belfort" revelam o poder no seu estado mais cruel. Na série "Édipo" (quarta-feira), homens com cara de pássaro lutam contra o trágico destino.

O autor usa ilustrações de folhetim e insere sobre as situações elementos novos, como as vísceras de um personagem e objetos oníricos.

Masp - av. Paulista, 1.578, Bela Vista, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3251-5644. Ter., qua. e sex. a dom.: 11h às 17h (c/ permanência até as 18h). Qui.: 11h às 19h (c/ permanência até as 20h). Abertura 23/4. Até 18/7. Ingr.: R$ 15 (grátis p/ menores de dez, maiores de 60 anos e ter.). Classificação etária: livre.

Arte proibida

Cinco ilustrações de Ernst consideradas insinuantes demais não foram exibidas em 1936. As colagens censuradas na época, de apelo sexual e com mulheres nuas, foram incluídas na mostra do Masp. Uma delas é da série "O Leão de Belfort".

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