Trazer à tona a memória invisível de São Paulo é um dos motes da exposição "Memória da Amnésia", que entrou em cartaz neste sábado (12) no Arquivo Histórico de São Paulo.
O projeto, fruto de uma pesquisa da artista e professora Giselle Beiguelman, trata de monumentos históricos que se perderam pela cidade por estarem ocultos em depósitos ou por terem sido deslocados para outros lugares que não o seu original.
"Quando um monumento é deslocado ele perde sua escala e significado. Ele pode, por exemplo, ficar muito grande ou oculto no novo lugar", comenta Giselle.
Ela conta que 63 monumentos em São Paulo não estão em seu local de origem. A pesquisa realizada por ela traz não apenas os novos locais das esculturas, mas também o percurso por onde elas passaram.
No Arquivo Histórico, o público poderá conferir três obras que estão fora de circulação desde 1936 e pertencem a um monumento a Olavo Bilac. Além disso, também será possível consultar o mapa "Guia dos Monumentos Nômades", um roteiro online de deslocamentos, fichas descritivas e históricos dos monumentos nômades.
Para completar, serão exibidos ensaios fotográficos de André Turazzi e Ana Ottoni e um documentário de Cleisson Vidal.
"É para fazer uma reflexão a respeito de como essas encomendas de arte pública são feitas, de como são tratadas e pensadas as políticas de memória e de esquecimento da cidade", diz Giselle. "A História não é um dado. Ela é também fruto de políticas culturais relacionadas à sua construção", completa.
A mostra é realizada em sintonia com a 1ª Jornada do Patrimônio, que ocorre neste fim de semana na cidade e destaca os legados histórico, artístico e cultural de São Paulo. Mais de 80 imóveis, públicos e privados, estarão abertos para visitação, e ainda há programação gratuita.
AHSP - Arquivo Histórico da Cidade de São Paulo - pça. Cel. Fernando Prestes, 152, Bom Retiro, região central, tel. 3396-6060. Seg. a sáb.: 10h às 17h. Abertura: 12/12, às 11h. Até 25/2/2016. Livre. GRÁTIS
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