Mostra no Sesc Ipiranga reúne artistas que se expressam por meio do desenho

Na área de convivência do Sesc Ipiranga, um homem interrompe a portuguesa Sofia Pidwell enquanto ela desenha, faz perguntas, pede para tirar fotos. No ambiente externo da unidade, mulheres em trajes de banho, estiradas ao sol, comentam que o trabalho de Renato Leal, aplicado na superfície com vinil adesivo, está embaralhando os olhos.

A reação dos visitantes à montagem da exposição "A Pele e a Espessura do Desenho" se dá porque os dois artistas, conhecidos por seus traços minimalistas, ampliaram a escala das obras, ocupando as paredes do espaço. "Quando a proporção aumenta, o resultado passa a ser visto melhor se a pessoa estiver mais distante. Por outro lado, a obra ganha mais força na arquitetura", diz Leal.


A mostra coletiva, que tem o desenho como denominador comum, traz, além dos artistas citados, a francesa Amélie Bouvier e os brasileiros Nazareno e Paulo Climachauska.

Para a curadora, Maria de Fátima Lambert, a ideia de unir os cinco surgiu pela percepção de que todos apresentavam afinidades estéticas, embora tivessem particularidades.

"Sem nos conhecermos, possuímos trabalhos muito semelhantes, com linguagens próximas mas com princípios diferentes", explica o artista Nazareno de frente para o desenho que ocupa uma parede de 14,4 m de largura por 2,75 m de comprimento, para o qual ele empenhou dez dias de trabalho. "O tamanho monumental causa mais surpresa no espectador", diz.

A exposição, que já passou por Lisboa, foi planejada para ser itinerante e tem previsão de voltar a Portugal, desta vez no Porto, ainda este ano. "É um trabalho efêmero, mas doei muito de mim para ele", conclui Sofia.

Sesc Ipiranga - r. Bom Pastor, 822, Ipiranga, região sul, tel. 3340-2000. Ter. a sex.: 7h30 às 21h30. Sáb.: 10h às 21h30. Dom.: 10h às 18h30. Abertura: 16/2, às 19h. Até 15/5. Livre. GRÁTIS

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