Após um período de crise, o começo de 2018 indica melhoria nas vendas de obras de arte, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
“Há quatro anos, quando surgiram sinais de crise, galerias daqui passaram a olhar para feiras do exterior como ponto de venda”, diz Eliana Finkelstein, da Associação Brasileira de Arte Contemporânea e dona da galeria Vermelho, que leva à feira artistas como Dora Longo Bahia.
A Vermelho tem como carro-chefe as vendas na Miami Basel; em seguida vem a SP-Arte. As taxas cobradas para a importação de obras, que chegam a 40%, diz ela, afastam compradores e podem levar o Brasil a um isolamento. “O governo ainda associa obras de artes a milhões. Mas a maioria custa entre R$ 5.000 e R$ 50 mil. As taxações prejudicam os artistas contemporâneos.”
Os consagrados, porém, não sofrem com oscilações. “O mercado de obras excepcionais não é afetado pela crise”, diz o galerista Paulo Kuczynski, que leva à feira medalhões como Volpi. “O que é de desejo de todo mundo vende-se em qualquer época.”
Marcos Amaro, galerista da Emmathomas, diz que venderá obras mais baratas para fomentar o acesso a obras de arte para um público maior. “Na Europa, a classe média consome arte. No Brasil, é coisa de rico.”
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