Em meio a crises e a controvérsias envolvendo a arte no Brasil, a diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, comenta a relação do evento com os acontecimentos atuais.
Guia - Qual é a grande novidade desta edição?
Fernanda Feitosa - Cada edição é diferente. Nos últimos anos, tivemos mais trabalhos sobre migrações, violência, abandono. Essa tem a presença de mais artistas mulheres e de afrodescendentes. É sempre um reflexo do momento pelo qual o mundo passa.
Como os recentes embates em relação à arte afetam a feira?
Nós já tivemos nus na feira sem problemas. As pessoas compreendiam o que estava sendo feito. Temos obras com cenas de violência todo ano. O mundo é violento, como isso não vai aparecer? Esse radicalismo é prejudicial para o ser humano. Para o mercado de arte, a estabilidade econômica é mais importante do que a política.
Qual é a tendência do mercado de arte para 2018?
É de recuperação. Não vou dizer que não foi afetado, o mercado de arte não é imune. Houve redução de negociações. Mas ele segue.
Como a feira atende o público que não pode comprar arte?
Na feira, cerca de 90% das pessoas não compram. Elas estão lá se informando, visitando, faz parte da cultura delas. A feira não é só para quem compra. Se fosse, não precisaria ter tanta galeria.
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